Quisemos estar presentes em mais um cruzamento da música portuguesa com a Costa da Caparica e voltámos para casa com reggae nas veias.
Na primeira sexta-feira desta primavera resolvemos fazer parte da edição do World Junior Series de surf, a decorrer na Praia do Paraíso, uma das iniciativas associadas à primeira edição do Caparica Primavera Surf Fest. Por volta das seis da tarde ainda vimos alguma juventude a lutar com as ondas de prancha nos pés. Deu-nos vontade de entrar na água mas o vento tornava-o cada vez mais menos aprazível e decidimos aprender com uma distância de segurança. Podemos dizer que aprendemos bastante mas apenas sobre a faina, uma atividade sem dúvida menosprezada pela nossa sociedade.
Acabámos por entrar e ver que a polícia marítima também não tem o seu valor devidamente reconhecido, pelo menos no que se trata a serem uma força policial que faz tudo por garantir a segurança dos presentes na tenda do evento. Depois de vários minutos a mostrar quase tudo o que nos pertencia e acompanhava, passamos a entrada para encontrar o palco e um pequeno espaço para comer ao ar livre. O DJ residente para os sunsets da semana de surf parecia ter um repertório bastante limitado para os poucos presentes. Explorámos as várias tendas de promoção de escolas de surf, marcas e dos órgãos governamentais responsáveis pelo evento e regressamos às 22 horas para ver Orlando santos + Freddy Locks.
Esta dupla atuação começou com menos de uma hora de concerto de Orlando, que, acompanhado por uma banda simpática e talentosa, nos presenteou uma vez mais com uma performance apaixonada. As músicas apresentadas tiveram registos muito diferentes mas sempre próximos à cultura reggae e surfista do cantor. Os momentos mais conseguidos alternaram entre versões de clássicos roots e solos impressionantes por parte de todos os artistas em palco, especialmente o do próprio Orlando em estilo Ben Harper - tocou Lap guitar.
Terminada a atuação não sabíamos se veríamos o desejado o dueto entre os dois nomes em cartaz, mas tal viria a acontecer mais depressa do que esperávamos. Freddy Locks viu-se com menos de meia hora para atuar, seguindo o horário original, mas não pareceu ter problemas com isso. Cantou, fez dançar e lançou bastante mais energia para o ar, sem nunca esquecer o reggae mas atrevendo-se por sons mais ska. Foi também neste estilo que lançou a sua carreira, com "Bring up the feeling, e com esta música conseguiu consolidar mais uma competente atuação.
Por fim, era a vez de Diego Miranda e este fez-se ouvir em toda a vizinhança. Saltou, mandou pôr as mãos no ar, usou e abusou do som. Tão enérgico que não tivemos a estaleca suficiente para ouvir ate ao fim, até porque sabemos que podemos ver e ouvir uma atuação assim em praticamente qualquer outro dia.
Concluindo, louvamos que continuem a haver iniciativas que levam vida e música a zonas que as merecem.
Reportagem: Pedro Cisneiros
Fotografias: Ricardo Fernandes
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