Nascido há “sete, oito ou talvez nove” anos com o objetivo de atrair turistas para Lisboa, o certame “tem de há dois ou três anos” uma “lógica de programação diferente”, direcionada para a descoberta da cidade, os seus sítios menos óbvios e centrada nos moradores, disse à agência Lusa a presidente do conselho de administração da Empresa de Gestão e Animação Cultural de Lisboa (EGEAC), Joana Gomes Cardoso.

O certame cujo orçamento desde o início era da responsabilidade do Turismo de Portugal passou “há dois, três anos” a ser assumido pela EGEAC que, no entanto, manteve a lógica “inclusiva e aberta, obviamente também para turistas”, da iniciativa, referiu Joana Gomes Cardoso.

“Hoje em dia, é uma programação completamente virada para a cidade, para os moradores da cidade, razão por que as zonas da cidade escolhidas para as iniciativas não têm nada a ver com os fluxos turísticos”, referiu, acrescentando que entre os objetivos do certame contam-se a descoberta da cidade e dos seus sítios menos óbvios através das propostas culturais que a empresa municipal proporciona de forma gratuita.

Além dos espetáculos de fado a realizar às quintas-feiras, às 21:30 - este ano, pela primeira vez na praça do Município, por a do S. Carlos ser insuficiente para acolher o público –, a edição deste ano do Lisboa na Rua inclui uma programação centrada em torno da zona de Alvalade e de temáticas relacionados com o bairro como a geração do rock e dos verdes anos, referiu.

Teresinha Landeiro, que lançou este ano o seu primeiro CD, Sara Correia e Kátia Guerreiro são as fadistas que constam da programação para esta edição do festival.

Entre quinta-feira e 30 de setembro, o último dia do festival, que encerra com um concerto pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e Mário Laginha, o público pode assistir a uma programação vasta.

“Venham mais 20” é o título do concerto, a realizar na Altice Arena e que é a única iniciativa paga do certame, por a receita reverter a favor de três organismos com obra social perto da Expo, referiu a responsável da EGEAC.

A receita do espetáculo reverterá a favor do Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos, da Nu Txiga - Associação Intercultural de Solidariedade Social e da Associação Bombeiros de Cabo Ruivo, acrescentou.

Além dos habituais 250 mil euros de orçamento do Lisboa na Rua, a EGEAC reforçou este ano o montante com mais 150 mil euros, perfazendo um total de total de 400 mil, para uma iniciativa que, segundo Joana Gomes Cardoso, mantém uma estrutura base.

As quintas-feiras estão reservadas para o fado, as sextas-feiras para o cinema ao ar livre no Palácio Pimenta – Museu de Lisboa, onde serão exibidos filmes relacionados com desporto e atletas.

Os sábados serão preenchidos com jazz, em quatro jardins diferentes de Lisboa, já que se mantém a parceria com o Hot Club Portugal e a edição deste ano comemora também os 70 anos desta instituição, referiu.

Iniciada em 2017 e retomada este ano, a iniciativa conta ainda com o programa Dançar a Cidade, com programas de dança de diferentes estilos em jardins da cidade.

O Lisboa na Rua 2018 volta ainda ao Jardim do Silêncio, nos Olivais, com um concerto subordinado a músicas de filmes, de acordo com uma votação feita aos munícipes ao longo do ano para que escolhessem o tema deste concerto, referiu.

“Moving people”, um projeto da atriz, encenadora e realizadora brasileira Christiane Jatahy – Artista na Cidade 2018 – sobre migrantes e refugiados a realizar nos jardins do Palácio Pimenta, um minifestival de arte sonora - que este ano passou da Estufa Fria para a Mãe de Água - e a Open House são outras das propostas do Lisboa na Rua 2018.

O programa completo do Lisboa na rua pode ser consultado em www.culturanarua.pt.