De acordo com o comunicado, o historiador de arte, que cessou funções a 2 de abril, "dedica-se agora a novos projetos, mantendo de futuro colaborações de natureza autoral com o Museu Coleção Berardo".

Ainda segundo o museu, o colecionador José Berardo e o Conselho de Administração da Fundação Berardo "louvam o trabalho realizado e a dedicação integral, durante os seis anos em que Pedro Lapa dirigiu artisticamente o Museu Coleção Berardo, fazendo votos para que os seus projetos futuros continuem a obter os maiores sucessos".

A Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo renovou no ano passado o acordo de comodato para permanência do Museu Berardo por mais seis anos, renováveis, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

"Ao longo dos seis anos em que assumiu a programação artística do museu, Pedro Lapa deu especial relevo à vertente museológica apresentando a coleção em exposição permanente, dividida em dois grandes períodos 1900-1960 e 1960-2000, de forma a materializar a existência de um grande museu de arte moderna e contemporânea internacional em Lisboa", destaca ainda o museu, no comunicado.

Entre outras exposições, apresentou "Hélio Oiticica. Museu é o mundo" (2012), "Pedro Barateiro. Palmeiras Bravas/The Current Situation" (2015), "Quatro variações à volta de nada ou falar do que não tem nome" (2015), de Nicolas Paris, ou, de Christian Marclay, "The Clock" (2015).

A programação de Pedro Lapa deu também atenção a questões transversais às realizações artísticas da atualidade, nomeadamente nas exposições coletivas como "No Fly Zone" (2013), "O narrador relutante" (2014), "Matter Fictions" (2016) ou "The Unfinished Conversation" (2016).

Pedro Lapa, ex-diretor do Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea, substituiu em 2011 o francês Jean-François Chougnet, primeiro diretor artístico do Museu Coleção Berardo.

Na altura, foi uma escolha unânime no Conselho de Administração da Fundação e também aprovada pelo Ministério da Cultura.

Nascido em Lisboa, em 1960, Pedro Lapa foi diretor do Museu do Chiado entre 1998 e 2009, ano em que deixou a instituição ao ser substituído no cargo por Helena Barranha, em resultado de um concurso do Instituto dos Museus e da Conservação.

Encontrava-se desde 1990 no quadro de especialistas do Museu do Chiado, na altura dirigido pela especialista em História da Arte Raquel Henriques da Silva.

Lapa é professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, função que manteve a par da direção artística do Museu Berardo.

Entre 1996 e 1997 foi também conservador de arte contemporânea do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, onde apresentou a exposição "Life/Live", com artistas conceituados da arte contemporânea no Reino Unido, como John Latham e Douglas Gordan, e uma mostra dedicada à obra de Francis Picabia.

Em Moscovo, em 2001, apresentou uma retrospetiva do pintor português Amadeo de Souza-Cardoso no Museu Pushkin de Belas-Artes, por ocasião da visita do então Presidente da República Jorge Sampaio.

Em 2000, Pedro Lapa foi convidado para comissariar a representação portuguesa na 49.ª Bienal de Veneza, indicando como artista João Penalva.

Pedro Lapa foi galardoado com o Prémio Grémio Literário 2007 pelo ensaio "Columbano Bordalo Pinheiro, uma Arqueologia da Modernidade", também atribuído pelo comissariado da exposição "Columbano Bordalo Pinheiro 1874-1900", realizada no Museu do Chiado no mesmo ano.