O Centro Cultural de Belém, em Lisboa, retoma as atividades presenciais com uma programação que “celebra o verão”, apresentando espetáculos de música ao ar livre, sob o mote do otimismo, a partir de 15 de julho.
“Em tempo de retoma, o Centro Cultural de Belém [CCB] celebra o verão com uma programação ao ar livre, correspondendo à necessidade de todos nós de nos juntarmos”, afirma o CCB em comunicado, numa alusão ao período de confinamento ditado pela pandemia de covid-19, que durante três meses obrigou ao encerramento dos espaços públicos de espetáculos e limitou o contacto social.
Tendo esse pressuposto por base, o CCB escolheu a obra de Voltaire “Cândido, ou O Otimismo” para apontar o caminho da nova programação: “fazer o melhor dentro do que é possível, contrariar a adversidade e abrir à cidade”, “comemorar a possibilidade do espaço comum, da partilha do diverso”.
Pangloss, filósofo e mestre de Cândido na obra de Voltaire, tinha um mantra que dizia: "Tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis".
“Por isso a programação de verão, com uma piscadela de olho a Pangloss e ao seu indomável (e caricato) otimismo”, cruza as muitas versões da música num programa que se estende de 15 de julho a 12 de setembro na Praça do CCB – “uma metáfora, em si mesma, da cidade, da sua abertura e da possibilidade de reunião e de encontro”.
Para tal, foi concebido um auditório no exterior, desenhado pelo arquiteto João Luís Carrilho da Graça, capaz de acolher o maior número de espectadores possível, mantendo a segurança.
O objetivo é celebrar o espaço e o reencontro, condição fundamental desta programação e da filosofia a ela inerente.
Do jazz à opera, do funk à música contemporânea, da música africana à tradição clássica europeia, o programa procura ser diverso mas igualitário, com um bilhete único para cada espetáculo de cinco euros, “o que representa um esforço do CCB para celebrar a abertura”.
“Desde as atividades das manhãs até aos espetáculos e cinema nas noites do verão de Lisboa, este é o melhor dos nossos mundos possíveis”, assinala o CCB.
Os espetáculos musicais vão decorrer aos sábados e domingos, às 19:00 e às 21:00, e contarão com sessões de DJ e concertos de vários músicos e bandas.
Em julho, atuam Fogo Fogo, Filipe Sambado, Orquestra de Câmara Portuguesa, Keep Razors Sharp e Os Músicos do Tejo; em agosto será a vez de Jogo de Damas, Sete Lágrimas, André Rosinha Trio, Sensible Soccers, Ensemble Palhetas Duplas, Voice’n’Combo e Cais Sodré Funk Connection; setembro traz a Orquestra Metropolitana de Lisboa e Tito Paris, que fará o concerto de encerramento.
As sextas-feiras à noite estão reservadas para sessões de cinema, onde serão apresentados filmes como “Ponyo à beira-mar”, do realizador japonês Hayao Miyazaki, “Stromboli”, do italiano Roberto Rossellini, “Vertigem azul”, do francês Luc Besson, e “Continuar a Viver, ou os Índios da Meia Praia”, de António da Cunha Telles.
A programação é feita também de outros momentos e iniciativas, como a exposição “O Mar é a Nossa Terra”, na Garagem Sul, jardins abertos com visitas guiadas, sessões de ‘showcooking’, aulas de Yoga, Tai Chi Chuan e Pilates e programas de férias de verão para a infância.
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