Foi na passada quarta-feira que a Galeria Zé Dos Bois recebeu Ato Melinda, performer queniana convidada pela organização do Queer Lisboa 18, inserida no evento Ororo Rises, da Rabbit Hole.
Este evento, apesar de não ter tido muita afluência, foi muito impactante pelo tipo de performance. A artista, num espetáculo (se é que podemos apelidá-lo desta maneira) "one-to-one", colocava-se sentada no chão num contacto intenso com uma pessoa, que estaria a ouvir uma música, que podia ser de Cher, Emeli Sandé ou outra artista pop, e enquanto tocava a música, Melinda pintava a cara repetidamente com as cores da bandeira arco-íris, símbolo universal do movimento LGBT.
Esta realidade tinha a intenção de transportar os presentes para a realidade no Quénia, mais especificamente em Nairobi, de onde é natural Melinda, e apresentar as lutas que ela e qualquer uma pessoa tem de passar na luta contra os estigmas. No fim da sessão, quem saiu ficou sem palavras e muitos visivelmente emocionados com a pureza e profundidade da atuação.
Contudo, há quem tenha chegado à ZDB a pensar que o evento era outro. À porta, alguns jovens menos esclarecidos e que desconheciam a performer e que lá estavam por curiosidade, pensavam que o evento seria "uma performance de uma drag queen". Um desentendimento na interpretação do guia do evento, que levou muitos a só se deslocarem mais tarde para a atuação dos DJs no Aquário.
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