A organização do Festival da Eurovisão anunciou esta segunda-feira que o Reino Unido vai receber o Festival Eurovisão da Canção 2023, uma vez que não é possível ter lugar na Ucrânia em segurança por causa da guerra.

O processo de candidaturas das cidades interessadas arranca ainda esta semana. Segundo a BBC, Glasgow e Manchester já demostraram interesse em receber o evento.

Em junho, a União Europeia de Radiodifusão explicou que reuniu com a UA:PBC, a estação pública da Ucrânia, após a vitória da Kalush Orchestra na edição deste ano em Turim, e especialistas em várias áreas, incluindo questões de segurança e proteção, concluindo que o país, atualmente em guerra com a Rússia após a invasão de Vladimir Putin em fevereiro, não tem condições para a realização do evento.

A organização esteve em negociações com a BBC, já que o país ficou em segundo lugar com o tema de Sam Ryder.

Em comunicado, a organização avança que a Ucrânia terá acesso direto final, juntando-se aos 'Big 5'.

A Ucrânia venceu, em maio, o 66.º Festival Eurovisão da Canção, em Turim, Itália, com o tema “Stefania”, interpretado pela Kalush Orchestra. Por ter vencido o concurso, a Ucrânia deveria ser no próximo ano o país anfitrião, tal como aconteceu em 2005 e 2017.

No entanto, tendo em conta “a guerra no país desde a invasão da Rússia”, em fevereiro, e visto que se trata de “uma das mais complexas produções televisivas no mundo, onde milhares de pessoas trabalham, e participam, no evento”, que precisa de 12 meses de preparação, não será possível a Ucrânia receber o concurso.

A decisão foi anunciada em junho depois de a EBU ter feito “uma avaliação completa e um estudo de viabilidade, que envolveu a [emissora pública da Ucrânia] UA:PBC e especialistas de várias áreas, incluindo em questões de segurança e proteção”.

“É nossa intenção que a vitória da Ucrânia esteja presente nos espetáculos do próximo ano. Será uma prioridade nas nossas discussões com eventuais anfitriões”, lê-se ainda no comunicado partilhado no mês passado.

A 66.ª edição do festival, que se realiza anualmente na Europa desde 1956, incluía inicialmente 41 países, mas a EBU anunciou em 25 de fevereiro, um dia após a invasão da Ucrânia, que a Rússia iria ficar de fora.

A vitória da Ucrânia, a terceira na Eurovisão, deveu-se essencialmente à votação popular, não tendo o Reino Unido, que venceu na votação dos júris nacionais, conseguido ultrapassar os 631 votos da Ucrânia, 439 deles dados pela votação popular.

Este ano, Portugal alcançou o nono lugar, uma posição que já tinha obtido em duas outras competições, depois de conseguir um quinto lugar quando contabilizada apenas a votação dos júris nacionais.

A canção “Saudade, Saudade”, por Maro, não obteve nessa votação a pontuação máxima, mas vários países deram 10 pontos a Portugal, um deles a Ucrânia.

Dos 40 júris nacionais votaram na canção portuguesa 29 países, tendo então Portugal obtido 171 pontos. O Reino Unido, que estava só com essa pontuação em primeiro lugar, obtivera 283 pontos.

Na votação popular Portugal conseguiu apenas 36 pontos.

Na final do Festival Eurovisão da Canção concorriam 25 países, dos 40 que iniciaram a competição.