“Semente de Bruxa” é o quinto título de uma série que tem sido publicada em mais de 30 países para celebrar William Shakespeare, considerado o dramaturgo mais influente do mundo e um dos maiores autores de língua inglesa.

Esta nova obra, com a assinatura de Margaret Atwood, é um “exercício de encanto, vingança e segundas oportunidades, conduzindo-nos a uma viagem interativa, plena de ilusão, surpresa e maravilha”, explica a editora.

Em “Semente de Bruxa”, a personagem principal é Felix, que ocupa, no século XXI, o lugar de Próspero, a personagem central em “A Tempestade”.

A história de "A Tempestade" passa-se numa ilha remota, para onde Próspero, duque de Milão e mago de amplos poderes, e a sua filha Miranda foram levados à força.

Próspero planeia vingar-se do irmão António, que lhe usurpou a posição de duque e, numa altura em que o sente perto da ilha, provoca uma violenta tempestade que faz naufragar o barco que transportava o irmão.

Na recriação da última peça escrita por Shakespeare, Atwood conta a história de Felix, um diretor artístico ambicioso que vive em profundo isolamento desde que foi traído pelo seu braço direito, que lhe roubou o lugar no teatro.

Félix estava a encenar “A Tempestade”, na qual iria interpretar o papel de Próspero, e planeava, com isso, aumentar a sua reputação, mas acaba por ser traído e a sua peça é cancelada.

Isola-se então numa cabana, onde chora a morte da filha, Miranda, pouco antes de ter sido expulso do cargo que ocupava no teatro, e onde planeia vingar-se de quem o traiu.

Depois de 12 anos no exílio, começa a dar aulas numa escola de teatro de uma prisão e é nessa altura que terá a oportunidade de concretizar o seu plano de vingança.

A propósito do seu livro, Margaret Atwood confessou, num artigo que escreveu no jornal “The Guardian”, que Shakespeare é o seu autor favorito, ou, pelo menos, é o que responde sempre que alguém lhe faz essa “inevitável pergunta”.

Existem algumas boas razões para a escritora dar essa resposta, e ela explica-as: “Primeiro, muito do que sabemos sobre enredos, personagens, palco, fadas e criatividade vem de Shakespeare”.

“Em segundo lugar, se nomeamos um escritor vivo, os outros autores vivos ficam furiosos por não serem eles, mas Shakespeare está convenientemente morto”, acrescenta.

Margaret Atwood é autora de romances, poesia, contos e ensaios.

Foi reconhecida com vários prémios literários internacionais importantes - Arthur C. Clarke Award (1987), Prémio Man Booker (2000), Prémio Princesa das Astúrias (2008), Prémio PEN Pinter (2016) – e recebeu a Ordem do Canadá, a mais alta distinção do seu país.

Muitos de seus poemas são inspirados em contos de fadas europeus e mitologias euro-asiáticas.

Recentemente, a revista Bookseller revelou que Atwood foi a autora que mais livros de ficção vendeu no ano passado, no Reino Unido.

A autora viu ainda os seus romances “The Handmaid's Tale” (“A história de uma serva”, editado em Portugal pela Bertrand) e “Alias Grace” serem adaptados a séries televisivas, o que impulsionou ainda mais as vendas dos seus livros.

A série "A História de Uma Serva" conquistou oito Emmys, na cerimónia de 17 de setembro de 2017, e foi igualmente distinguida pelos Globos de Ouro, no passado dia 07 deste mês.