“Sentada no Escuro”, que o Trigo Limpo apresenta na capital portuguesa, no espaço da companhia Escola de Mulheres, é o segundo trabalho que a companhia com sede em Tondela realiza a partir de António Lobo Antunes depois de, em 2000, ter posto em cena “Cadeiras”, no qual cruzava sequências da obra do escritor.

O novo projeto, “Sentada no Escuro”, conta a história de uma mulher de 78 anos que, quando era nova, se mudou de Faro para Lisboa para ser atriz e onde chegou a ter uma carreira, ainda que acidentada. Até que, num dado momento, começou a perder a memória.

De umas simples 'brancas', que motivam o despedimento da atriz, até uma poética e solitária existência interior, nesta peça há, segundo o Trigo Limpo, “um percurso de degenerescência onde as recordações se baralham” e onde a narrativa ficcional substitui a própria realidade.

O que se passa na cabeça daquela mulher, a maneira como ela a maneja e o modo como ela vê a fase terminal da sua vida são postos em evidência nesta peça construída a partir de “Para aquela que está sentada no escuro à minha espera”, romance de António Lobo Antunes, um escritor que, para o Trigo Limpo, “descreve, como ninguém, personagens da nossa portugalidade”.

“Sentada no Escuro” tem dramaturgia e encenação de Pompeu José e interpretações de António Rebelo, Ilda Teixeira, Pedro Sousa, Raquel Costa e Sandra Santo.

A cenografia é de Zé Tavares e Pompeu José, a música, de Gustavo Dinis e Uhai, os figurinos, de Adriana Ventura, o vídeo, de Alberto Plácido, o desenho de luz, de Paulo Neto, a sonoplastia, de Luís Viegas e, o design gráfico e a fotografia, de Zé Tavares.

“Sentada no Escuro” é a peça que o Trigo Limpo - Teatro ACERT (Associação Cultural e Recreativa de Tondela) estreou na abertura do Festival Internacional de Teatro em Tondela (Finta), que decorreu nesta cidade de 30 de novembro a 9 de dezembro do ano passado.