Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, recebe esta sexta-feira, 1 de abril, às 21h30, o espetáculo teatral "Portugal, Meu Remorso", feito de "enxertos" e "montagens" da poesia e prosa de Alexandre O'Neill.

O espetáculo "não é uma narrativa", nem "uma biografia" ou "um recital de poesia", mas uma peça baseada numa espécie "de montagem" em torno de textos, poemas, cartas e manuscritos de Alexandre O'Neill, realizada por Maria Antónia Oliveira, autora de uma biografia sobre o poeta português.

A peça, dirigida e interpretada por João Reis e Ana Nave, surgiu de um desafio lançado pela atriz, após o lançamento da obra "Alexandre O'Neill: Uma Biografia Literária", contou à agência Lusa a responsável pela dramaturgia, Maria Antónia Oliveira.

Depois do convite de Ana Nave e da entrada do ator João Reis no projeto, a biógrafa de O'Neill enxertou, cortou e repetiu fragmentos da poesia e obra do autor português, numa dramaturgia "sem linha narrativa ou biográfica" - um trabalho de "montagem", de que o próprio poeta era adepto.

No entanto, o espetáculo acaba por ter uma linha, construída a partir da relação de poemas por temas "ou por sons que se repercutem", disse Maria Antónia Oliveira.

No espetáculo será possível ir ao encontro da obra, mas também do olhar de Alexandre O'Neill sobre o amor, sobre a pátria e sobre a realidade.

Na perspetiva de Maria Antónia Oliveira, este é um "olhar de um ironista", que "ironiza o amor e a pátria" e que se ironiza a si próprio, distanciando-se de uma "ironia mais sobranceira" de Eça de Queirós.

O espetáculo conta com vídeo, música e luz, numa peça que utiliza como título o penúltimo verso do poema "Portugal" de Alexandre O'Neill.

O bilhete custa entre cinco e sete euros. O evento está inserido na 18.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra.