“Penso que a proposta cultural que fazemos é boa e equilibrada”, disse no sábado à agência Lusa o diretor artístico, e também responsável pela programação, do Teatro Lethes.

Luís Vicente explicou que a programação, apesar de já estar feita até ao fim do ano, vai nesta fase apenas até maio, porque nesse mês será conhecido o resultado dos concursos pontuais a que a ACTA (A Companhia de Teatro do Algarve), entidade gestora do Lethes, irá concorrer, depois de ter faltado o financiamento no âmbito dos concursos de apoios sustentados às Artes 2023/2026.

Quanto à programação dos primeiros cinco meses do ano, Luís Vicente, que também é diretor artístico e de produção, assim como ator e encenador, no ACTA, destacou a dança “Solo” de Israel Galvan, que sobe ao palco a 14 de abril, considerando tratar-se de um espetáculo de flamenco “inovador”.

O responsável pela programação do Lethes também realçou o “original” que a 19 e 20 de maio será tocado pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, com o título “Concerto da Europa, Metamorfose de Amor” e que fecha a programação dos primeiros cinco meses de 2023.

A programação do teatro inaugurado em 1845 arranca a 24 de janeiro com a peça de teatro “As Cartas Ridículas”, que até 03 de fevereiro será interpretada pela ACTA, uma dramatização de alguma da correspondência trocada entre Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz. À referida correspondência são acrescentados textos de Fernando Pessoa e também do próprio encenador, Paulo Moreira.

A Orquestra Clássica do Sul irá tocar a 9 de fevereiro “Extended Horizons”, de Samuel Coleridge-Taylor que, segundo o programa, “viveu uma vida curta, no entanto, conquistou um lugar de destaque nas primeiras décadas do século XX”, sendo este concerto “um testemunho da vivacidade das linguagens” desse período.

A 12 de fevereiro irá subir ao palco o 6.º Festival Internacional de Guitarra de Faro, organizado pela Associação de Guitarra do Algarve, que irá apresentar Duo EQUINox, com Giovanni Lanzini no clarinete e Fabio Montomoli na guitarra, e 40 Fingers, indicado como “um fabuloso” quarteto de guitarras nascido em 2018 que “exploram novos sons oferecendo um repertório incrível de famosas canções de rock/pop habilmente arranjadas para quatro guitarras”.

Gonçalo Pescada & Quinteto Sull’a Corda, da Associação de acordeão do Algarve, vão marcar presença a 25 de fevereiro, interpretando “um projeto contemporâneo que busca sonoridades peculiares e exalta o espírito e a alma através da música”.

A 1 e 2 de março é a vez do Lua Cheia Teatro apresentar, para os mais novos, “Pequenas Fábulas de La Fontaine”, vários contos “do tempo em que os animais falavam”.

A Orquestra Clássica do Sul volta ao Lethes a 9 de março para apresentar “Um Trapézio em Música”, um concerto que propõe aos ouvintes “uma obra menos conhecida de Sergei Prokofiev, a par com a música de um compositor maduro e com muito para dar no futuro”.

O espetáculo falado em francês, da Aliance Française do Algarve, “La Rogue”, “que observa o seu mundo, interroga-se e despe as nossas vidas” será apresentado a 10 de março.

O músico algarvio Valentim Filipe, com largos anos de experiência dedicados à música, à produção e divulgação de espetáculos e artistas um pouco por todo país e pelo mundo convida alguns amigos para que, de um modo “informalmente sério”, se divertirem tocando e cantando em palco vários estilos musicais, num espetáculo com o título “Valentim & Amigos”.

A Esquiva Companhia de Dança apresenta “Incandescente” a 24 de março, uma peça de teatro-dança sobre a história do fogo, a sua importância e relação com as florestas e também sobre os incêndios florestais.

A 25 de março será a vez de subirem ao palco os membros da Música Antiga Associação Cultural, com o espetáculo "El dulce trato hablando: la música de Alonso Mudarra", apresentado como um projeto dedicado ao maravilhoso "Tres libros de música en cifra para vihuela", publicado em Sevilha em 1546.

“Ostinato Rigore”, da Orquestra Clássica do Sul, a 13 de abril, irá “permitir um diálogo entre dois compositores oriundos de países, tempos e sociedades tão diferentes”, Claude Debussy (francês) e Eurico Carrapatoso (português).

A Janela Aberta Teatro apresenta o “Cocktail da Evolução” a 15 e 16 de abril, “uma proposta elegante e original, que rende homenagem ao Teatro Físico e Mimo.

A 23 de abril, o espetáculo “Dança Solitária”, de Nadhiyah Bellydance, irá possibilitar que “a arte da dança e a música serão representadas das mais diversas formas e estilos, com uma missão solidária, através da presença de várias escolas e artistas convidados”.

O “Scianema”, criado como festival de cinema ambiental dedicado ao oceano, pela mão da associação Sciaena, vai ser apresentado no Teatro Lethes de 27 a 29 de abril e o Teatro Plage, com a obra “Capuchinho, Teatro para a Infância”, sobe ao palco a 3 de maio,

A 5 de maio será a vez de receber um dos espetáculos da sétima edição do Festival "Os Dias do JAZZ" que a organização promete trazer a Faro com “uma programação diversificada, que propõe abordagens bastante distintas a este género musical, que prometem surpreender o público, em locais improváveis da cidade”.

A “Mochila”, do LAMA Teatro, será apresentado a 7 de maio, inserido no Festival Internacional de Teatro para Crianças e Jovens, que nasceu em 2021, ocupando vários equipamentos culturais e espaços públicos da cidade de Faro.

A Orquestra Clássica do Sul regressa ao Lethes a 11 de maio com a obra “What a Time to be Alive!”, prometendo os organizadores “dar a ouvir música de três países e décadas diferentes”.

A 12 e 13 de maio, o “Faroblues”, inserido na 9.ª edição do Festival Internacional de Blues de Faro regressa ao palco da sala de espetáculos numa organização anual da Blues a Sul - Associação de Blues do Algarve, em articulação com Câmara Municipal de Faro, a ACTA e o Teatro Lethes.

O edifício que hoje se designa Teatro Lethes, começou por ser um colégio de Jesuítas – Colégio de Santiago Maior, fundado pelo então Bispo do Algarve, D. Fernando Martins Mascarenhas -, cuja licença lhes foi concedida em 8 de fevereiro de 1599.

A inauguração do Teatro Lethes efectuou-se a 4 de abril de 1845, associando-se às comemorações do aniversário da Rainha D. Maria II.