O festival integra o projeto Futurama – Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo, lançado em 2021 e que tem por objetivo “colocar em diálogo educação e artes, criação contemporânea e tradição”, explicou hoje à Lusa o encenador, programador cultural e curador John Romão, diretor artístico da iniciativa.

“A expectativa [para esta segunda edição do festival] é, sobretudo, continuar esta ligação e estas sinergias entre diferentes municípios do Baixo Alentejo e continuar a desenvolver relações artísticas com diferentes comunidades em cada um dos concelhos”, disse.

Segundo o diretor artístico do Futurama, interessa ao projeto “essa representatividade e essa diversidade de comunidades diferentes dentro da programação, colocando sempre artistas em diálogo com essas comunidades e entre si, entre práticas mais contemporâneas e mais tradicionais”.

O 2.º festival Futurama vai decorrer em junho, nos dias 3 e 4 em Mértola, nos dias 9 e 10 em Castro Verde e nos dias 16 e 17 em Beja.

A programação inclui música, artes visuais, performances e oficinas, com destaque para os concertos criados no âmbito da iniciativa “Cantexto”, em que escritores contemporâneos escrevem novos temas para grupos de cante alentejano.

Em 2023, o “Cantexto” vai colocar a escritora Joana Bértholo a escrever para o grupo Rosinhas do Louredo (Beja), Richard Zimmler para os Cantadores de Beringel (Beja), Regina Guimarães para As Ceifeiras de Pias (Serpa) e Ondjaki para o Grupo Coral e Etnográfico de Vila Nova de São Bento (Serpa).

Já Isabela Figueiredo vai criar um tema para Os Cardadores da Sete (Castro Verde), Afonso Cruz para o Grupo Coral da Mina de São Domingos (Mértola) e Marta Pais de Oliveira para o Grupo Coral da Vidigueira.

O programa do Futurama em 2023 inclui, em Mértola, a apresentação de uma criação performativa entre John Romão e jovens atletas do Clube Náutico de Mértola, naquela que será “uma exploração poética da adolescência”, enquanto em Castro Verde o Coletivo Til dará a conhecer uma instalação em espaço público, criada com a comunidade local.

Já em Beja serão apresentadas performances do encenador e dramaturgo Rui Catalão, com a comunidade migrante do concelho, e da coreógrafa Clara Andermatt, com a comunidade cigana do bairro das Pedreiras, em conjunto com a associação Sou Capaz.

Ainda em Beja, a atriz Roxana Ionesco vai apresentar uma performance que explora as referências culturais da sua identidade romena e portuguesa e a artista cabo-verdiana Jacira da Conceição uma instalação que ligará a olaria do seu país à alentejana.

Além de Mértola, Castro Verde e Beja, onde decorrerá o festival, o projeto Futurama – Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo abrange igualmente os concelhos de Serpa e Vidigueira, do mesmo distrito.

O projeto conta com uma programação anual, em que se incluem as “Constelações”, encontros que promovem o diálogo entre artistas contemporâneos e práticas tradicionais do Baixo Alentejo, assim como a iniciativa “Cantexto” e residências artísticas.

Este ano as residências artísticas têm como curadores Jesse James, Rita Fabiana e John Romão, que convidaram os artistas Pedro da Linha e João Pais Filipe (música), Coletivo Til (arquitetura/design), Jacira da Conceição (artes visuais), Josefa Pereira (dança), Rui Catalão e Roxana Ionesco (teatro), e Marco da Silva Ferreira (dança).

A ida de artistas às escolas, a iniciativa “Escola Futurama” e os “Embaixadores Futurama” são outras das ações do projeto, que este ano vai também marcar presença, a 27 de maio, na Feira do livro de Madrid, em Espanha, dando a conhecer a iniciativa “Cantexto”.

Em 2023 o projeto inclui ainda a apresentação do espetáculo “Música Cigana Camões Yanomami/ A Soma de Todxs”, de António Pope e la Família Gitana, na Moita (06 de maio) e no Porto (07 de outubro).

E no mês de novembro vai arrancar uma residência artística com os guitarristas Gaspar Varela, de Portugal, e Yerai Cortés, de Espanha, que irão criar, em Lisboa, Madrid, Sevilha (ambas em Espanha) e Paris (França) um espetáculo a apresentar em 2024.

O projeto Futurama é financiado pelos municípios e pela Direção-Geral das Artes, tendo o alto patrocínio da Presidência da República.

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