Marta Kauffman, que criou a série "Friends" com David Crane nos anos 1990, confirmou ao jornal Los Angeles Times a doação de quatro milhões de dólares [3,84 milhões de euros] para criar uma cadeira com o seu nome no Departamento de Estudos Africanos e Afro-Americanos na Universidade Brandeis.

A razão é o grande "embaraço" e "culpa" pela falta de diversidade no elenco principal da série. Além dessas críticas, a produção, que chegou ao fim em 2004, também tem sido criticada nos últimos anos pelas piadas transfóbicas ou sexistas.

Além dos seis atores brancos protagonistas, "Friends" raramente teve atores de cor em papéis relevantes ao longo das dez temporadas e 236 episódios, em contraste com a realidade de Manhattan, em Nova Iorque.

Também criadora de "Grace e Frankie" para a Netflix, Kauffman disse que começou por achar "complicado e frustrante" receber as críticas, mas a sua atitude mudou após o assassinato de George Floyd em 2020, estrangulado quando o polícia Derek Chauvin se ajoelhou no seu pescoço durante quase nove minutos, que lançou o movimento #BlackLivesMatter.

"Aprendi muito nos últimos 20 anos. Admitir e aceitar a culpa não é fácil. É doloroso vermo-nos ao espelho. Estou embaraçada por não saber mais há 25 anos", revelou.

A produtora diz que só tem recebido apoio desde que foi conhecida a doação.

"Tem sido espantoso. Surpreendeu-me até certo ponto porque não estava à espera que a notícia chegasse tão longe. Recebi uma enxurrada de e-mails, textos e mensagens nas redes sociais a darem apoio. Recebi muitos 'já não era sem tempo'. Não num sentido maldoso. Apenas pessoas a reconhecer que era mais do que justificado", esclareceu.

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