"Marvel's Daredevil" é a primeira de cinco séries originais da plataforma norte-americana líder de filmes e séries em streaming que serão lançadas no âmbito de um acordo sem precedentes com a Marvel Comics.

Charlie Cox interpreta Matt Murdock, um jovem advogado cego que à noite se converte no vigilante mascarado que tenta fazer justiça nas ruas de Nova Iorque. O mesmo acidente radioativo que o deixou cego aumentou de forma extraordinária os outros sentidos do "homem sem medo".

O Netflix colocará à disposição dos seus 60 milhões de clientes em todo o mundo os 13 episódios de "Daredevil" a partir desta sexta-feira. O super-herói apareceu pela primeira vez em abril de 1964, co-criado por Stan Lee, ícone dos comics norte-americanos que também concebeu Hulk, Thor ou o Homem-Aranha.

Num momento em que a saga dos Vingadores, com os seus sucessivos filmes, se converteu num fenómeno multimilionário de Hollywood, os executivos de televisão vasculham cada vez mais o vasto catálogo da Marvel em busca de personagens menos icónicas, mas com potencial para adaptações.

O Netflix prepara, assim, a estreia de outras três séries nos próximos meses, todas dedicadas a personagens da Marvel: Jessica "Jewel" Jones, Luke Cage e Iron Fist (Punho de Ferro).

O plano é que todos os super-heróis se unam num quarteto que combata o crime, os Defensores, numa minissérie também a exibir no serviço de vídeos on demand.

Os programas baseados em histórias de BD são algumas das estrelas da atual temporada televisiva nos Estados Unidos, desde Batman, com "Gotham", na Fox, até "The Flash", no The CW.

Na ABC - propriedade da Walt Disney Company, também dona da Marvel Comics - "Marvel's Agents of S.H.I.E.L.D" e "Marvel's Agent Carter" somam mais de sete milhões de espectadores cada uma, segundo a Entertainment Weekly.

Críticas positivas

Em 2003, "Demolidor" foi levado ao cinema num filme tão criticado que o seu protagonista, Ben Affleck, disse que foi o único filme que lamentava ter feito.

Agora os avanços da série mostram Murdock/Daredevil no distrito de Manhattan Hell's Kitchen, onde o super-herói nasceu e cresceu. Embora o bairro se tenha convertido num dos mais elegantes da Big Apple, em "Daredevil" remete, em pleno século XXI, para o seu violento passado como refúgio de grupos criminosos.

"Tenho de ser o homem que esta cidade precisa", declarou Murdock no início da série. "Só estou a tentar fazer da minha cidade um lugar melhor".

As primeiras críticas são positivas. Para Spencer Perry, crítico da SuperHeroHype.com, "a composição e representação da cidade mostram exatamente como dar vida a uma BD de Daredevil". Mas advertiu: "Isto não é uma caricatura, razão pela qual os golpes são sentidos, o sangue flui e às vezes são amputadas partes do corpo. (...) Há um derramamento de sangue que não é visto em nenhuma outra produção da Marvel".

Ao lado de Cox, que foi um imigrante irlandês assassino em "Boardwalk Empire", estão Deborah Ann Woll ("Sangue Fresco") como a secretária apaixonada por Murdock e Vincent D'Onofrio como o vilão Kingpin/Rei do Crime.

@AFP