À agência Lusa, a diretora Sandra Bastos explicou que o projeto, que se iniciou no dia 2 de maio de 2017, não conseguiu encontrar financiamento que sustentasse a continuidade das emissões.

"Tem havido várias negociações e foram apresentadas várias propostas, mas os valores anunciados não cobriam o passivo da empresa", sintetizou.

Segundo Sandra Bastos, a última proposta, recebida em fevereiro, deu alguma esperança: "Iniciaram-se os preparativos e a burocracia para a abertura de uma nova empresa, mas o investidor pediu-nos mais tempo e solicitámos um avanço de dinheiro, que não foi aceite”.

A diretora considera "não haver condições financeiras" para continuar de portas abertas.

Com um passivo de cerca de um milhão de euros, Sandra Bastos adiantou que a Angelus TV "não pode continuar a acumular dívidas".

As dívidas aos fornecedores poderão vir a ser liquidadas "com os bens da empresa", acrescentou, revelando que 14 pessoas vão para o desemprego.

No ano passado, a Angelus TV desafiou os seus telespetadores a serem "padrinhos e madrinhas" do canal, doando algum dinheiro.

"Se 4.000 pessoas dessem 10 euros todos os meses, conseguiríamos suportar o canal”.

As doações não chegaram nem a metade. Com ordenados em atraso e sem um apoio regular da Igreja, o canal cumpre a última emissão na sexta-feira.

"Apesar dos ordenados em atraso, a equipa sempre vestiu a camisola e abraçou o projeto de ‘corpo e alma'. Mesmo com as dificuldades financeiras de cada um, todos se mantiveram fieis ao projeto e, ontem [quarta-feira], decidimos levar a emissão até ao dia 31 de maio, para informar quem esteve sempre connosco do encerramento", revelou Sandra Bastos.

O fim pode não se concretizar "se o investidor entretanto avançar com o dinheiro".