Diogo Morgado afirmou à Lusa que precisou de fazer uma viagem "pessoal e espiritual" para encarnar o papel de Jesus na série norte-americana "The Bible", que termina no domingo nos Estados Unidos.

"Respirei fundo e comecei a minha pesquisa, lendo e vendo tudo o que podia, até que fui a Jerusalém e percebi que pouco ou nada do que poderia ler me iria ajudar", recordou o ator.

A série, que bateu recordes de audiência na estreia nos Estados Unidos, tem estado a ser exibida ao longo deste mês no Canal História, da televisão por cabo norte-americana, e será apresentada na íntegra no sábado e no domingo à tarde na SIC.

"The Bible" é uma minissérie produzida por Mark Burnett e Roma Downey, contando vários episódios da Bíblia, e foi estreada nos EUA no início de março, com mais de 13 milhões de espetadores.

Em entrevista escrita à agência Lusa, a partir dos EUA, onde tem estado em promoção com "The Bible", o ator português recordou a incredulidade de ter sido escolhido, depois de ter feito uma audição em Los Angeles onde apresentou a sua versão "de como teria sido Jesus na terra".

Diogo Morgado considera que "Jesus não é dos teólogos ou universitários, é alguém que está vivo diariamente para milhões em todos o mundo" e a forma "tangível e real" como a série conta as histórias bíblicas tem apelado "muito às pessoas".

A série recupera alguns episódios dos textos religiosos do antigo e novo Testamento, incluindo a condenção de Jesus à morte, a cruxificação e a ressurreição.

"Percebi que a minha viagem teria de ser pessoal e espiritual e foi isso que fiz. (...) Tentei dar uma versão mais humana de Jesus, tentando valorizar aquilo que para mim foi o maior legado que a sua mensagem deixou, amor e compaixão", sublinhou Diogo Morgado.

Apesar da popularidade e das audiências - incluindo elogios da apresentadora norte-americana Oprah Winfrey - a crítica não tem sido favorável, questionando a escolha dos episódios bíblicos retratados a escassa diversidade étnica do elenco e o papel minoritário das mulheres.

Diogo Morgado disse que tem sido "maravilhosamente recebido pelos americanos", mas desconhece a repercussão que este trabalho terá no seu percurso profissional.

O ator, que teve até aqui uma curta e discreta carreira internacional, é conhecido sobretudo pela representação em televisão, a partir de finais dos anos 1990, em telenovelas, séries de ficção e humor, como a premiada "Laços de Sangue" e "A vida privada de Salazar", embora tenha também feito teatro e cinema.

Depois de "The Bible", Diogo Morgado já rodou as produções internacionais "Born to race - Fast Track" e "Red Butterfly", sendo protagonista neste filme.

No plano internacional, em particular nos Estados Unidos, o ator junta-se a dois outros nomes da representação portuguesa que vingaram fora de portas: Joaquim de Almeida e Daniela Ruah.

No entanto, Diogo Morgado rejeitou qualquer a ideia de procura intencional de trabalho fora de Portugal: "Nunca foi minha intenção sair do país para trabalhar".

"No meu caso as coisas aconteceram naturalmente, um trabalho levando ao outro e por aí fora; nunca fui de fechar portas ou negar-me a algo improvável e assim sempre será", disse.

@Lusa

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