"A IURD já colocou mais de uma dezena de processos em tribunal contra a TVI num caso em que, uma vez mais, quem tem de dar explicações é a própria IURD", afirmou Sérgio Figueiredo, que ainda não foi a tribunal "num único desses casos".

"Estamos de consciência tranquila, se há investigação que está blindada com provas, testemunhos e elementos que recolhemos, quer testemunhais, quer documentais, é este", garantiu o diretor de informação da TVI.

"Faz parte da prática da IURD em todo o mundo" a prática de "'bulliyng judicial'", ou seja, "em que tentam condicionar do ponto de vista jurídico, económico a liberdade de imprensa", apontou o jornalista.

"Custa-me que não se perceba isso nalguns órgãos de comunicação social em Portugal, mesmo que involuntariamente se coloquem ao lado de uma organização que comprovadamente tem uma prática antidemocrática e anti-liberdade de expressão e que condiciona o exercício da nossa profissão", concluiu Sérgio Figueiredo.

A TVI exibiu em dezembro de 2017 uma série de reportagens denominadas "O Segredo dos Deuses", na qual noticiou que a IURD esteve alegadamente relacionada com o rapto e tráfico de crianças nascidas em Portugal.

Os supostos crimes terão acontecido na década de 1990, com crianças levadas de um lar em Lisboa, que teria alimentado um esquema de adoções ilegais em benefício de famílias ligadas à IURD que moravam no Brasil e nos Estados Unidos.

A 18 de maio, o Ministério Público arquivou o inquérito aberto para investigar a alegada rede ilegal de adoção de crianças montada pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), na década de 1990, confirmou, na altura, fonte da Procuradoria-Geral da República à Lusa.

“Confirma-se que o inquérito conheceu despacho de arquivamento”, disse à agência Lusa uma fonte oficial da Procuradoria-Geral da República.

No despacho de arquivamento do inquérito-crime, instaurado no final de 2017, na sequência da reportagem da TVI, o Ministério Público refere que os crimes em investigação já prescreveram.

Apesar da prescrição dos alegados crimes, segundo noticiou, no mesmo dia, o semanário Expresso, o procurador revelou no despacho que as alegações dos pais biológicos foram desmentidas pela investigação, nomeadamente pelas perícias da Polícia Judiciária às assinaturas de duas mães de crianças adotadas.

Segundo adiantou o semanário, as mulheres garantiram à TVI nunca ter assinado qualquer documento relacionado com a adoção dos filhos, o que afinal fizeram.

O magistrado do MP referiu que “foi igualmente desmentido por parte das restantes diligências de prova” que um pai, que aparecia na reportagem, “desconhecia que a filha tivesse sido entregue” a um bispo da IURD.

No documento salienta-se ainda que, até à reportagem televisiva, nunca os pais biológicos apresentaram queixa pela alegada retirada ilegal dos filhos.

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