Um processo arbitral concluiu que Kevin Spacey quebrou o seu contrato ao desrespeitar o regulamento de assédio sexual do estúdio responsável pela série "House of Cards", condenando-o e às suas produtoras a pagar uma indemnização à Media Rights Capital (MRC) de 29,5 milhões de dólares (26,25 milhões de euros), acrescidos de 1,4 milhões de dólares em custos judiciais.

No seguimento do escândalo com o produtor Harvey Weinstein em outubro de 2017, Kevin Spacey tornou-se uma das primeiras grandes figuras públicas norte-americanas a ser acusada de assédio sexual após uma reportagem da CNN avançar que ele criara um ambiente “tóxico” na rodagem por causa de comentários inapropriados e assédio a jovens funcionários da série em que era o protagonista e produtor executivo.

A rodagem da sexta temporada foi suspensa, assim como o ator, enquanto decorria um inquérito interno, com a Netflix e a MRC a decidirem cortar relações e eliminar a personagem de Frank Underwood da série.

Em janeiro de 2019, a MRC avançou com um pedido de arbitragem confidencial por quebra de contrato para procurar recuperar de Spacey os custos sofridos pela sua saída e por ter recomeçado do zero a produção da sexta e última temporada, quando o protagonismo passou para Claire Underwood, interpretada por Robin Wright e o número de episódios foi reduzido de 13 para oito para cumprir a data de estreia anunciada pela Netflix.

Por sua vez, Spacey também entrou com um processo contra a MCM por rescisão ilegal de contrato.

As duas partes apresentaram depoimentos de mais de 20 testemunhas e o caso foi decidido a favor da MCM em julho de 2020, o que só foi conhecido esta segunda-feira quando o estúdio apresentou uma petição junto do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles para confirmar a sentença após esta ter sido validada num recurso confidencial, na qual reclama o pagamento do valor.

“Com uma exceção, o juiz arbitral considerou que as testemunhas eram credíveis ​​e as alegações contra Spacey eram verdadeiras. O Árbitro concluiu que a conduta de Spacey constituiu uma quebra material dos seus contratos como ator e produtor executivo com a MRC, e que essas quebras dispensam a MRC dos compromissos de lhe pagar qualquer compensação adicional relacionada com a produção", diz a petição.

Ainda segundo a petição, o juiz arbitral também concluiu que "as violações flagrantes de contrato de Spacey" o tornavam ele e às produtoras responsáveis ​​pelas dezenas de milhões de custos adicionais da MRC.

A última aparição do ator foi no filme "Billionaire Boys Club” (2018), retornando ao grande ecrã em 2022 com um pequeno papel no filme italiano “L'uomo Che Disegno Dio” (“O Homem que Desenhou Deus”, em tradução simples).

Nos últimos anos, Kevin Spacey publicou vários vídeos enigmáticos nas redes sociais a interpretar o seu personagem da série, Frank Underwood.

Em 2019, chegaram dois processos contra o ator aos tribunais, mas não avançaram para julgamento.

Na Califórnia, um massagista denunciou Spacey de o ter agredido sexualmente que alegadamente terá ocorrido em 2016, mas morreu antes da Procuradoria apresentar as acusações e, no Massachusetts, um jovem que o acusou de outra agressão, no mesmo ano, retirou as queixas.

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