Dave Chappelle disponibilizou-se publicamente para se encontrar com a comunidade transgénero e agradeceu à Netflix por apoiá-lo após ter sido acusado de transfobia pelo seu especial de humor "The Closer".

O programa do humorista norte-americano provocou críticas e protestos nos arredores da sede da Netflix em Los Angeles na semana passada, quando os manifestantes disseram que Chappelle recusava falar com eles.

"Não é verdade. Se me tivessem convidado teria aceitado, embora não tenha certeza sobre o que conversaríamos", afirmou ele num vídeo gravado durante uma recente apresentação do seu espetáculo em Nashville, Texas, que colocou no Instagram esta segunda-feira.

"Disse o que disse e ouvi o que disseram. Deus, como poderia não ouvir?", acrescentou.

Dave Chappelle provocou reações de revolta com o seu programa de stand-up lançado na Netflix no início de outubro, na qual ele diz que "o género é um facto" e acusa a comunidade trans de ser "muito sensível".

Grupos LGBTQ condenaram "The Closer" e alertaram que estereótipos de minorias podem causar danos na vida real.

O diretor de conteúdos da Netflix, Ted Sarandos, defendeu o especial, dizendo à equipa num e-mail divulgado pela comunicação social que "o conteúdo no ecrã não se traduz diretamente em danos na vida real" e que a empresa apoiaria a "liberdade artística".

Embora Sarandos mais tarde se tenha desculpado por não reconhecer a dor sentida pelos funcionários LGBTQ, ainda defendeu que o programa não deveria ser retirado do ar ou antecedido de um aviso.

“Graças a Deus por Ted Sarandos e a Netflix, ele é o único que ainda não me cancelou”, diz Dave Chappelle no vídeo.

Falando a uma arena esgotada de fãs, Dave Chappelle declarou que não tem problemas com a comunidade LGBTQ, mas com os "interesses corporativos" e "o que posso e não posso dizer", notando que festivais de cinema "começaram a retirar os seus convites" para divulgar uma produção que gravou durante a pandemia com outros comediantes após a controvérsia.

"Não culpem a comunidade LGBTQ [...], todos que conheço dessa comunidade não demonstraram nada além de amor e apoio, portanto não sei o que é todo este absurdo", afirmou.

E acrescentou: “À comunidade transgénero, estou mais do que disposto a dar-lhes espaço. Mas não me irão convocar. Não me estou a vergar às exigências de ninguém".

O comediante apresentou três condições aos que se quiserem encontrar com ele: "Devem vir a um lugar escolhido por mim, numa altura escolhida por mim. E em terceiro lugar, têm de admitir que a Hannah Gadsby não é engraçada" [uma referência à comediante lésbica australiana que também faz programas especiais para a Netflix e criticou Ted Sarandos por apoiar "The Closer"].

VEJA O VÍDEO.

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