Luís Castro Mendes falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito de uma audição regimental.

"A RTP é um vetor fundamental da nossa ação cultural, pensamos que a RTP tem tido uma evolução extremamente positiva e interessante nos últimos anos e queremos apoiar esse esforço", disse o governante, considerando que tal "já é visível na programação", nomeadamente na RTP3, em que se verificou um aumento da programação cultural.

Castro Mendes destacou ainda os estúdios do Porto (centro de produção do Norte), que "cresceram muito com a última administração", salientando que "foi dada mais atenção que anteriormente".

Para o ministro da Cultura, que também tutela a comunicação social, há uma "grande vontade" da RTP em estar próximo dos cidadãos e adiantou que o Governo quer trabalhar com a empresa "para exercer essa ação".

O ministro remeteu para uma "outra ocasião" aprofundar o tema da RTP e as ideias que existem para empresa, além da relação e interação do Governo com "outros produtores privados de televisão", que, sublinhou, "são também agentes de cultura".

Questionado sobre o eventual impacto da tarifa social de energia sobre a taxa de contribuição audiovisual da RTP (CAV), o ministro considerou que tal não deverá afetar a empresa e os consumidores.

"Não vejo como possa beliscar o orçamento da RTP", afirmou o governante, que prometeu tomar nota da preocupação manifestada pelo CDS-PP.

"Não me parece que a tarifa social de energia possa afetar a RTP e o consumidor", acrescentou.

Desde que deixou de receber indemnização compensatória, em 2014, a RTP passou a ser financiada apenas pela CAV, que vem na fatura da eletricidade, e por receitas comerciais.

Relativamente ao orçamento do ministério que tutela, há cerca de um mês, o governante recordou que a Cultura passou a integrar a comunicação social.

"No que respeita ao orçamento, tenho uma posição pragmática e realista: temos de trabalhar com aquilo que temos", afirmou.

Castro Mendes apontou que o orçamento da Cultura deste ano foi "calculado na base do exercício orçamental do ano passado mais 2%".

Se o orçamento de 2016 "é inferior ao de 2015 isso resulta de que o exercício" do ano passado "foi nitidamente insuficiente", explicou o governante, em resposta a uma questão colocada pelo PSD.