De "Mínimos" a "Top Gun" ou "Mundo Jurássico", a SkyShowtime entra em Portugal com os filmes de grandes estúdios como principal chamariz mas assume-se também como casa para séries como "Star Trek: Strange New Worlds", "Halo" ou "Let the Right One In".

Em Amesterdão, o projeto conjunto das duas gigantes do entretenimento Comcast e Paramount Global juntou jornalistas e convidados dos 22 mercados onde está agora a entrar para anunciar as novidades que vão chegar ao serviço nos próximos tempos. Atores de produções que vão estar disponíveis, como Rebecca Romjin e Ethan Peck ("Star Trek: Strange New Worlds"), Colin Hanks e Jake Lacy ("A Friend of the Family") ou Demián Bichir (que protagoniza a nova adaptação a série de "Let the Right One In") estiveram no evento e levantaram o véu sobre as suas personagens e séries. Até Sylvester Stallone deixou uma mensagem em vídeo sobre a nova série que vai protagonizar "Tulsa King".

Também o homem aos comandos do serviço de streaming, Monty Sarhan, o CEO da SkyShowtime, falou durante a apresentação sobre novos lançamentos e a estratégia para estes mercados europeus onde a plataforma agora fica disponível. Algumas horas antes, o SAPO Mag sentou-se com ele para uma conversa sobre tudo o que podemos esperar da SkyShowtime, dos títulos mais populares em filmes e séries, ao plano para produções originais e até a estratégia para Portugal.

Monty Sarhan - CEO da SkyShowtime
Monty Sarhan - CEO da SkyShowtime Monty Sarhan - CEO da SkyShowtime

SAPO Mag (S.M.): O serviço tem filmes e séries da Paramount, Universal, DreamWorks, entre outros estúdios ou canais e serviços de streaming. Dentro da oferta inicial, quais os conteúdos que destacaria?

Monty Sarhan (M.S.): Se olharmos para a SkyShowtime, fomos criados por duas das maiores empresas de entretenimento do mundo. E por isso beneficiamos de ter lançamentos cinematográficos da Universal e da Paramount. Estes são os dois estúdios mais antigos de Hollywood e este ano foram dois dos estúdios mais bem sucedidos. Mais de 50% das receitas de bilheteira vieram da Universal e da Paramount e três dos cinco filmes mais bem sucedidos deste ano vêm desses estúdios: "Mínimos: A Ascensão de Gru", "Mundo Jurássico: Domínio" e, claro, o filme número um em todo o mundo, "Top Gun: Maverick". Portanto, pensamos que isso vai ser um enorme atrativo para os assinantes.

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Estamos entusiasmados por levar esse conteúdo ao público português, todo esse conteúdo vai ser exclusivo da SkyShowtime. No lado das séries, a oferta é igualmente forte: juntamos o melhor de três serviços de streaming, a Paramount+, o Peacock, e a Showtime. E também acrescentamos a isso todos a grandes séries da Sky Studios. Vamos ter pelo menos 30 filmes em estreia todos os anos no SkyShowtime e 30 séries.

Olhamos para as séries e temos "Star Trek, Strange New Worlds", "Halo" ou outras que anunciámos. A quinta temporada de "Yellowstone" vai estrear em breve. Teremos a série "1923" com a Helen Mirren e o Harrison Ford. E também estou muito entusiasmado com "Tulsa King" protagonizada pelo Sylvester Stallone. Temos muito e ótimo conteúdo e, acima de tudo, estamos entusiasmados por levá-lo a novas audiências em toda a Europa.

"Top Gun: Maverick"

S.M.: Alguns dos conteúdos mais fortes do vosso catálogo são filmes, mas as séries são geralmente o que mais fideliza subscritores. Quão importantes são as longas-metragens para o vosso catálogo?

M.S.: Temos uma oferta realmente ampla e penso que isso é mesmo importante para que um serviço de streaming seja bem sucedido. Há conteúdo para todos e alguns consumidores vão adorar o cinema e ser atraídos para isso. E há alguns consumidores que vão ser atraídos para as séries. O que é ótimo é que temos algo no serviço para todos e não há dúvida de que a selecção de filmes é incrível, vai ser um chamariz e trazer muitos subscritores.

Queremos encontrar histórias que sejam significativas, que sejam genuínas, que falem aos consumidores em todos os nossos mercados.

S.M.: Planeiam ter séries e filmes originais especificamente produzidos para a plataforma no futuro?

M.S.: Vamos ter programação original e estamos em vias de descobrir qual vai ser a nossa estratégia. Para nós, é importante que a entendamos bem. Queremos encontrar histórias que sejam significativas, que sejam genuínas, que falem aos consumidores em todos os nossos mercados. Só nos lançámos como um negócio em Fevereiro e acabámos de lançar o serviço nestes mercados no mês passado. Ainda estamos a pensar na melhor forma de levar as histórias a estes públicos.

S.M.: Estão a planear estabelecer parcerias com parceiros locais para produzir séries e filmes?

M.S.: Penso que haverá alturas em que poderemos estar a fazer algumas aquisições, poderemos estar a fazer coproduções, e poderemos também fazer produções originais de raiz. Portanto, tudo isto está em cima da mesa. Estamos agora a olhar para tudo e a descobrir qual vai ser a nossa estratégia.

S.M.: Portugal tem recebido recentemente algumas rodagens de produções importantes. A indústria parece ter despertado para o bom tempo, as boas condições e estruturas. Tivemos a rodagem de "House of the Dragon" assim como as de alguns filmes da Netflix. Vão pensar em Portugal para produções originais? Acha que poderá ser um destino de filmagens?

M.S.: Estamos entusiasmados por termos o serviço em Portugal e com o mercado português. Estamos absolutamente atentos a tudo.

S.M.: A SkyShowtime entra no mercado dos serviços de streaming numa altura em que alguns dos serviços estão a ter algumas dificuldades em crescer e adquirir novos assinantes. Sente que este é um momento mais desafiante para entrar neste mercado?

M.S.: Quando olhamos para os nossos mercados, vemos apenas crescimento e oportunidade. Ainda é muito cedo na indústria do streaming, só existe há cerca de 15 anos. Penso que temos de fazer a distinção entre o que se passa no streaming nos Estados Unidos versus o que se passa na Europa. Os nossos mercados estão todos preparados para o crescimento, todos eles. Vemos um número crescente de assinantes em todos os nossos mercados. Assistimos a um crescimento na quantidade de compromissos e nas horas de streaming assistidas. Vemos o número de subscrições por agregado familiar a aumentar. Tudo isto faz do lançamento da Sky Showtime uma oportunidade incrível.

As pessoas partilham palavras-passe por um par de motivos: número um, o preço e, número dois, pode ser que não estejam a encontrar o conteúdo que lhes interessa no serviço.

S.M.: E qual será a política da SkyShowtime no que respeita à partilha das subscrições? Essa é uma discussão que tem estado em cima da mesa com a Netflix. Como irão abordar esta questão?

M.S.: Se pensarmos na razão pela qual as pessoas provavelmente partilham palavras-passe, resumimo-nos a um par de motivos: número um, o preço e, número dois, pode ser que não estejam a encontrar o conteúdo que lhes interessa no serviço.

A melhor maneira de combater a partilha de palavras-passe é certificarmo-nos de que somos competitivos no preço e de que temos mais do conteúdo que interessa às pessoas e que elas querem ver. E nesses dois pontos, a SkyShowtime é uma proposta surpreendente para o consumidor. O nosso preço é inferior ao dos outros serviços e isso é feito de forma muito deliberada. Se olharmos para o nosso conteúdo, estamos a criar uma quantidade tremenda de valor. Acreditamos que os consumidores vão querer ter a sua própria conta e não partilhar uma palavra-passe porque querem desfrutar dessa experiência.

A nossa política é que é uma assinatura por agregado familiar. Permitimos três logins simultâneos e a criação de cinco perfis. Para nós, trata-se de fornecer valor para que ninguém precise de partilhar uma palavra-passe.

Tulsa King
Tulsa King "Tulsa King", série protagonizada por Sylvester Stallone, é uma das apostas do serviço para o próximo ano créditos: SkyShowtime

S.M.: Estes 22 mercados onde estão a entrar neste momento, são muito diferentes entre si. De que forma vão diferenciar a estratégia em cada mercado, e especificamente em Portugal?

M.S.: Temos uma estratégia e uma abordagem que analisa estes mercados numa base individual, seis escritórios em toda a Europa, equipas em cada um desses escritórios que pensam nas regiões e pensam no que funcionará melhor para os consumidores e uma mentalidade de consumidor em primeiro lugar. É assim que vemos o mundo. E isto não é uma estratégia de "tamanho único". Tem realmente de ser personalizada para esses mercados, para os consumidores nesses mercados, o que lhes interessa, o que lhes interessa de uma perspetiva de conteúdo, o que lhes interessa de uma perspetiva de produto e experiência, o que lhes interessa de uma perspetiva de preço.

Tudo o que fazemos está concentrado em garantir que optimizamos o envolvimento e a experiência dos consumidores nesses mercados. A nossa plataforma está disponível em 18 línguas diferentes. O nosso conteúdo vai estar disponível em 18 línguas diferentes. Isto mostra o nosso empenho nestes mercados.

S.M.: A SkyShowtime vai ter uma janela de lançamento específica entre o lançamento dos filmes em cinema e a estreia no serviço? A HBO, por exemplo, lança os filmes da Warner Bros. 45 dias depois da estreia em cinema...

M.S.: Os estúdios determinam as janelas e os filmes são muito diferentes. Há alguns filmes que vão ter lançamentos no cinema mais longos e alguns filmes que vão ter lançamentos mais curtos. Os prazos serão diferentes título por título. Há alguns filmes que se prestam a ser vistos em salas de cinema e merecem grandes lançamentos cinematográficos. O "Top Gun: Maverick" é um filme perfeito para a sala, precisa de ser experimentado nas salas de cinema, é um evento, queremos vê-lo com outras pessoas, ouvir os motores dos aviões. Esses filmes merecem estar nas salas de cinema e os estúdios irão determinar, caso a caso, como é que é a janela temporal de estreia.

S.M.: O número de serviços de streaming disponíveis está a crescer de dia para dia e as pessoas começam a ter de fazer escolhas dentro do seu orçamento mensal. O que diria que é diferenciador e único na programação da SkyShowtime em relação aos restantes serviços de streaming?

M.S.: Acreditamos que os consumidores querem escolha, e nós começamos sempre por olhar para o consumidor. Trata-se de lhes dar o conteúdo que lhes interessa, o que eles querem a um preço razoável. A SkyShowtime é um serviço de streaming europeu, fomos criados especificamente para estes 22 mercados, estamos dedicados a estes 22 mercados. Compreendemos que as condições económicas de hoje são difíceis, e por essa razão, queríamos ter a certeza de que éramos sensíveis ao que os consumidores estavam a passar. Por isso, fixámos o custo da SkyShowtime num preço atractivo.

S.M.: Acha que vamos ter no futuro serviços de streaming que sobrevivem e outros que não vão ter espaço no mercado?

M.S.: É impossível prever como será o futuro. O que posso dizer é que os consumidores querem escolha. Acreditamos que há espaço no mercado para que todos estes serviços se saiam extremamente bem. Pensamos que é o melhor para os consumidores e o que o futuro reserva. Quer alguns serviços se juntem ou mudem, isso é impossível de dizer. Estamos concentrados em trazer aos consumidores uma proposta de conteúdo convincente a um preço excelente e estamos entusiasmados com isso.

O SAPO Mag viajou a convite da SkyShowtime.