A década de 80 coincide com o reconhecimento nacional de Julião Sarmento e com o início de um percurso internacional pontuado pela presença na Documenta de Kassel (1982 e 1987). O artista plástico desenvolve então uma pintura agressiva, fragmentária, de forte impacto visual, que evoca imagens fotográficas de proveniências diversas e referências literárias.

Ao longo dos anos 1990, a sua obra conhece uma forte depuração característica das suas "pinturas brancas". A última década constitui o seu período mais diversificado em relação aos meios utilizados, incluindo a escultura, vídeo e 'performance'.

O documentário, que vai para o ar na RTP 2 esta quinta-feira, 13 de dezembro, às 23:30, apresenta a obra, a atividade profissional e as exposições mais recentes do autor.

"O ponto de partida é a atualidade, sendo que, a respeito de cada um dos aspetos focados, a realidade mais recente serve de base para um recuo retrospetivo que, focando aspetos semelhantes em momentos anteriores, permite uma visão de conjunto da trajetória do artista. Uma das caraterísticas gerais que emerge destes confrontos é a relação privilegiada sempre estabelecida por Sarmento com outras disciplinas criativas, como o cinema, a literatura, a filosofia e a arquitetura", detalha o canal público.

Um dos fios condutores do documentário é uma conversa com o autor, a respeito do conjunto da sua obra e do seu momento atual, complementada com depoimentos de especialistas, como Adrian Searle (crítico e curador), James Lingwood (curador), Vicente Todolí ou Delfim Sardo, galeristas, como Pilar Corrias, Juana de Aizpuru, Pepe Cobo, ou ainda personalidades, como Helena Foster e a artista Cristina Iglesias.

Autoria: Abílio Leitão e Alexandre Melo
Realização: Abílio Leitão
Ano: 2012
Portugal
50 minutos.