A Sony ganhou os direitos para o projeto "28 Years Later" ("28 Anos Depois"), um ambicioso pacote de sequelas do clássico 'thriller' de terror "28 Dias Depois" (2002).

Segundo a revista The Hollywood Reporter (THR), o projeto que voltará a juntar o realizador Danny Boyle e o argumentista Alex Garland gerou um grande interesse em Hollywood nas últimas três semanas, com o leilão intenso a ter como finalistas os estúdios Sony e Warner Bros.

Após a sequela "28 Semanas Depois" (2007), onde a dupla apenas se envolveu simbolicamente como "produtores executivos", a nova proposta é ambiciosa: uma trilogia, com Boyle comprometido para dirigir o primeiro filme e Garland para escrever todos, com um orçamento na zona dos 60 milhões de dólares para cada um.

Ao grande interesse não é alheio o facto de que a cotação dos envolvidos disparou desde 2002: Boyle venceu os Óscares com "Quem Quer Ser Bilionário" e Alex Garland tornou-se um realizador com méritos reconhecidos com "Ex Machina" (2014) e "Aniquilação" (2018), sendo aguardada com expectativa a estreia este ano de "Guerra Civil".

Existe outra novidade: Cillian Murphy, cuja carreira disparou com o protagonismo de "28 Dias Depois" e a THR diz que poderá regressar como ator, embora esses detalhes estejam a ser mantidos em segredo.

Uma pista é que surge envolvido como "produtor executivo", o que só aconteceu no seu currículo com "Peaky Blinders", a série que protagonizou.

Agora uma estrela de cinema e nomeado aos Óscares graças a "Oppenheimer", o ator irlandês era uma revelação como um homem que acordava do estado de coma após um acidente de bicicleta para descobrir que um poderoso vírus provocou uma epidemia letal, propagando-se de tal forma que cobriu a Inglaterra em 28 dias.

Muito antes de "The Walking Dead", "O Renascer dos Mortos" ou "WWZ - Guerra Mundial", os zombies em "28 Dias Depois" revelavam-se mais astutos e velozes em sociedades apresentadas num estado de grande fragilidade: para a história ficaram ainda as sequências da personagem de Murphy a vaguear por uma Londres deserta, 18 anos antes da COVID-19.

O surpreendente sucesso não só revitalizou o género, lançado uma vaga de filmes e séries nos anos que se seguiram, mas também a sequela cinco anos depois de Juan Carlos Fresnadillo que vários fãs consideram ainda superior com novas personagens interpretadas por atores como Robert Carlyle, Rose Byrne e Jeremy Renner.

A história decorria seis meses depois do vírus ter dizimado Londres, quando a ordem foi restaurada e a guerra contra a infeção ganha, mas um dos refugiados portador de um terrível segredo reacende a mortal explosão de horror, carnificina e caos.