Sócio fundador e membro da direcção da Cooperativa Nascente desde a primeira hora, em 1976,
António Gaio acompanha o
Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho desde o seu início, nesse mesmo ano, tornando-se director do certame em 1981. Sob a sua condução, o evento tornou-se, consensualmente, um dos melhores do mundo, sendo um dos poucos que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood considera essencial na selecção ao Óscar de Melhor Curta-Metragem: o vencedor do Grande Prémio do Cinanima integra automaticamente a «short-list» de filmes que dará origem aos cinco nomeados finais.
Três décadas passadas sobre a data em que António Gaio assumiu a pasta, muito mudou no cinema de animação: o computador reina na criação dos filmes, o número de animadores portugueses cresceu exponencialmente, o número de fitas animadas a concurso também mas o apoio das instituições públicas ao certame e à cultura em geral tende a diminuir.
Com uma equipa de confiança em seu redor, António Gaio mantém a jovialidade e assume que uma das razões para prosseguir no cargo se prende com um dos factores que sempre procurou alimentar no festival: a convivialidade e a criação de amizades para além da fruição dos filmes. Segundo o responsável, o Cinanima não é apenas um festival de cinema de animação mas um local onde se criam amizades duradouras e onde, por causa disso, todos acabam sempre por regressar.
Daí António Gaio não querer que o evento cresça para uma dimensão que destrua essa característica e que, no seu discurso anual de encerramento do certame, coloque sempre a tónica na amizade e no convívio fraterno entre os amantes do cinema, aquilo que, talvez mais do que os próprios filmes, justifica a relação umbilical que ele continua a manter ao Cinanima.
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