A prestigiada e influente publicação Cahiers du Cinéma anunciou as suas escolhas para melhores filmes de 2018.
Sem filmes portugueses, o primeiro lugar foi para o surrealismo "queer" do francês "Les Garçons Sauvages".
Estreado na Semana da Crítica do Festival de Veneza, onde ganhou um prémio, tal como noutros eventos por onde passou, trata-se de um primeiro e experimental filme de Bertrand Mandico.
Em Portugal, só passou no IndieLisboa, mas está disponível na plataforma de streaming Filmin (pelo título internacional "The Wild Boys"), que descreve que nele se encontram ecos do cinema de Rainer Werner Fassbinder, Derek Jarman e "O Senhor das Moscas".
A história decorre no início do século XX, quando cinco rapazes de boas famílias (interpretados por atrizes), embriagados de liberdade, cometem um crime selvagem. São detidos num navio e para uma viagem que se transforma num cruzeiro repressivo, antes de se revoltarem e chegarem a uma ilha de fantasia onde podem finalmente transformar-se.
A publicação fundada por Andre Bazin e onde escreveram talentos decisivos da história do cinema como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Jacques Rivette e Olivier Assayas sempre foi desafiadora e polémica.
Por exemplo, a lista é feita a partir dos títulos que estreiam nas salas de cinema francesas, mas há um ano o TOP foi liderado pela terceira temporada de 18 episódios da série "Twin Peaks", com 18 episódios, do mestre David Lynch.
Este ano, no segundo lugar está outra minissérie, "Coincoin et les z'inhumains", do francês Bruno Dumont.
Como é habitual, as escolhas privilegiam produções do circuito alternativo e são imunes à temporada de prémios e grandes produções de Hollywood: só em terceiro surge um título conhecido pelos espectadores portugueses, "Linha Fantasma", de Paul Thomas Anderson.
Depois estão "Burning", do coreano Lee Chang-dong, e "Paul Sanchez est revenu!", da francesa Patricia Mazuy, antes de aparecer outro filme, americano, que estreou em Portugal: "The Post", de Steven Spielberg.
O TOP 10 completa-se com "Seule sur la plage la nuit", do coreano Hong Sang-soo, "Leto", do russo Kirill Serebrennikov (colocado em prisão domiciliária pelas autoridades do seu país), e o documentário "L'île au trésor", do francês Guillaume Brac.
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