O filme entra nos meandros da burocracia, “uma aventura inesperada e no mínimo cómica” e resulta de um mês de filmagens contínuas na Loja do Cidadão do Porto, “onde os cidadãos são os protagonistas”.

“Grandes Esperanças” dá uma visão de conjunto dos mecanismos de legitimação do indivíduo perante o Estado, “mostrando como toda a existência depende, do nascimento à morte, da Instituição que organiza a vida em sociedade, exposta num somatório de casos individuais que, em conjunto, tomam uma dimensão abstrata e coerciva”.

Segundo o realizador, “ao contrário de uma estatística, o filme está preocupado em mostrar casos particulares: uma escuta dos ruídos do tempo, com toda a ambiguidade possível e distância das dicotomias tudo vai mal ou tudo vai bem”.

Intervieram no documentário, produzido pelo Cine Clube de Avanca, António Osório e Filipe Ribeiro na imagem, Ana Roseira, Joana Peixoto e Júlia Rocha na produção, Jonathan Saldanha e Fernando Augusto Rocha no som, Luísa Marinho e Leonor Areal na montagem.

António Costa Valente e Miguel Marques produziram o filme, tendo o realizador intervindo em todas as fases de produção da obra.

Miguel Marques é autor de documentários como Pots, Pans and Other Solutions (2012), Mulheres Traídas (2007), Porque é que Clara se Apaixona? (2005), Ruptura (2003), para além de Grandes Esperanças. Várias vezes premiado no Festival de Cinema de Avanca, a sua obra procura intervir no espaço que está expresso no cartaz d e “Grandes Esperanças”:“A vida de hoje é muito complicada”.