Russell Crowe pode ter alguns filmes menos memoráveis na carreira, mas apenas lhe pesa ter recusado um papel.
E não foi Aragorn em "O Senhor dos Anéis" ou Wolverine na saga "X-Men".
"O único em que tenho um pingo de arrependimento, seriamente, e possivelmente me arrependo, foi ter recusado o 'biopic' sobre Johnny Cash", contou à Nova FM na Austrália.
O filme, claro, é "Walk the Line", de 2005.
O papel de Johnny Cash acabou por ir para Joaquin Phoenix, o seu colega de "Gladiador", que foi nomeado para os Óscares (Reese Witherspoon, que interpretou June, a esposa, conquistou a estatueta de Melhor Atriz).
"Foi uma daquelas coisas de moralidade interna. Foi tipo 'Isto é um trabalho de sonho para mim!’. Eu interpretava músicas de Johnny Cash desde miúdo, mas senti que estaria a ganhar coisas que não tinha merecido. Simplesmente pareceu-me errado", explicou.
Russell Crowe, que tem uma carreira paralela como músico, acrescentou que não quis parecer estar a "apoiar-se nas costas de Johnny Cash para ter nomeações aos Grammy" [os Óscares da música].
No entanto, arrependeu-se da decisão assim que começou a ver "Walk the Line".
"Desde as primeiras notas, quando a câmara está a atravessar a prisão [de Folson], começaram as facadas no coração. Não só queria fazer o filme, mas era exatamente o tipo de filme que queria fazer", recordou.
A experiência deve ter marcado o ator, porque entrou no filme seguinte do realizador James Mangold, um "western" chamado "O Comboio das 3 e 10" (2007).
Crowe revelou ainda que ficou comovido por uma carta de Cash a elogiar o seu trabalho em "Gladiador", que permanece um dos seus bens mais preciosos.
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