A nona edição do Festival Internacional de Documentário de Melgaço, o MDoc, terá a concurso 32 filmes, 10 deles portugueses, na edição que decorre de 31 de julho a 6 de agosto, segundo o programa apresentado na quinta-feira.
Sob o mote “Identidade, Memória, Fronteira”, o MDoc continua a focar-se na não-ficção para “promover o filme de documentário e contribuir para um arquivo audiovisual e fotográfico do território de Melgaço”, explicou Carlos Eduardo Viana, da associação Ao Norte que organiza o festival com a autarquia local.
O festival foi apresentado no Espaço Mira, no Porto, com a participação do presidente da autarquia de Melgaço, no distrito de Viana do Castelo, Manuel Baptista, bem como Álvaro Domingues, José da Silva Ribeiro e Jorge Campos, que coordenam outras secções do evento.
Ao todo, são 32 filmes, 22 longas-metragens e 10 curtas, a concurso, com 10 obras portuguesas, além dos programas paralelos e de formação que também abrangem os vários dias de evento.
Na seleção de 22 longas-metragens estão obras de 15 países diferentes, com destaque para “All That Beathes”, do indiano Shaunak Sen, nomeado aos Óscares deste ano, dois filmes estreados no festival de Berlim e ainda “The Visitors”, de Veronika Lisková, integrado na programação em Locarno.
O iraniano “Silent House”, de Farnaz Jurabchian e Mohammadreza Jurabchian, é outro dos destaques da programação, com “um retrato intimista de uma casa e uma família”.
“Há um pequeno foco sobre o Irão. Vamos ter cá um filme, ‘Silent House’, que percorre desde os anos 1970 até à atualidade, toda a História do Irão a partir de uma casa, de três gerações”, comentou à Lusa Carlos Eduardo Viana, diretor do MDoc.
A representação nacional cabe a Catarina Alves Costa, com “Margot”, “Trilogia dos Vales”, de Nuno Alves e Filipe Barreiro, “The Invisible Hands”, de Hugo Santos, “Territórios Ocupados”, de José Vieira, “As Maças Azuis”, de Ricardo Leite”, “Cesária Évora”, de Ana Sofia Fonseca, e “Astrakan 79”, de Catarina Mourão.
No que toca às curtas e médias-metragens, “2720”, de Basil da Cunha, é um dos destaques nacionais, após o realizador ser premiado pela realização no Festival Curtas Vila do Conde, já este mês.
A seleção fica completa, na representação portuguesa, com “Tanganhom”, de Vítor Covelo, e “Death of a Mountain”, de Nuno Escudeiro, incluindo os internacionais “Will You Look At Me”, de Shuli Huang, “Budapest Silo”, de Zsófia Paczolay, e “Taxibol”, de Tommaso Santambrogio, entre outros.
Em paralelo, a secção “Quem somos os que aqui estamos?” inclui uma apresentação de livro sobre as freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro e apresenta um trabalho de fotografia de João Gigant sobre Alvaredo.
Esta freguesia é o foco das residências Plano Frontal, de cinema documental e fotografia, que produzirá quatro filmes e três trabalhos fotográficos sobre o território, e no mesmo programa serão apresentadas em estreia as obras realizadas em 2022.
O curso de verão Fora de Campo, uma oficina de realização de cinema com telemóvel, uma aula de Maythem Ridha, uma exposição sobre o cinema alemão entre os anos 1910 e 1930, e o Salto a Melgaço, uma agregação de destaques programáticos em dois dias para quem não pode estar no local todos os dias, são outros dos destaques.
Serão atribuídos os Prémios Jean-Loup Passek à melhor 'longa' internacional, à melhor 'curta' e ao melhor documentário português, além de outros galardões, para o melhor cartaz de cinema e o Prémio D. Quixote atribuído pela Federação Internacional de Cineclubes.
Em 2022, “Four Seasons in a Day”, da belga Annabel Verbeke, venceu o prémio principal do evento, com “No Táxi de Jack”, de Susana Nobre, a vencer o galardão de Melhor Documentário Português.
Os prémios homenageiam Jean-Loup Passek (1936-2016), crítico francês, antigo responsável no Centro Georges Pompidou, em Paris, que ajudou a estabelecer o Museu de Cinema de Melgaço, em parceria com o Festival de Cinema de La Rochelle, que dirigiu.
O festival é organizado pela associação Ao Norte com a Câmara Municipal de Melgaço e vai decorrer de 31 de julho a 06 de agosto.
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