"O Boneco de Neve" parecia ter tudo a seu favor: um bestseller de Jo Nesbo, o ator principal é Michael Fassbender, um dos melhores da atualidade, e atrás das câmaras está Tomas Alfredson, que tem no currículo "Deixa-me Entrar" (o original sueco) e "A Toupeira". E ainda se pode dizer que entre os produtores está Martin Scorsese.

O problema é que o thriller sobre um detetive que investiga na gélida Noruega um possível assassino em série através de casos não resolvidos ao longo de décadas está a ser arrasado pelos críticos.

As críticas são invulgares para talentos deste calibre: "Medíocre", "pedestre", "frustrante", "aborrecido", "confuso", "sem humor", "um filme que parece ter sido feito de improviso", "mais estilo do que substância" e até "abominável".

O crítico do jornal britânico The Sun diz mesmo que "não há desculpa para isto ser tão mau como é".

Reagindo às críticas, o realizador Tomas Alfredson revela que existem grandes buracos na história porque ele nunca teve a oportunidade de filmar tudo o que tinha pensado.

"O nosso tempo de rodagem foi demasiado curto. Não conseguimos fazer a história toda e quando começámos a fazer a montagem, descobrimos que muito estava desaparecido", admitiu ao canal de TV norueguês NRK.

"É como estar a fazer um grande quebra-cabeças e estão a faltar algumas peças, portanto não se vê o todo completo", acrescentou.

O realizador acrescentou que a produção foi apressada: "Aconteceu muito abruptamente - de repente recebemos a notícia que tínhamos a dinheiro e podíamos começar a rodagem em Londres."

Alfredson só não tem paciência para as críticas sobre a geografia incorreta: "Não é um documentário sobre a geografia da Noruega. Queria fazer um 'thriller' de ficção. Estou-me nas tintas se nem tudo é geograficamente correto".

"O Boneco de Neve", que ainda tem no elenco Rebecca Ferguson, JK Simmons, Charlotte Gainsbourg e Toby Jones, estreia esta semana em Portugal.

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