Millard Kaufman foi autor de vários argumentos para cinema e televisão, mas só aos 90 anos publicou o seu primeiro romance, «Bowl of Cherries», terminando outro entretanto, «Misadventure», que deverá ser publicado no Outono. Faleceu a 14 de Março, dois dias depois de ter feito 92 anos, vítima de paragem cardíaca.
Kaufman começou a carreira como jornalista antes combater na Segunda Guerra Mundial, rumando depois para Hollywood, onde se tornou argumentista. Logo em 1949, escreveu uma curta-metragem realizada pelo incontornável
John Hubley chamada «Ragtime Bear», onde surgiu pela primeira vez o pitosga
Mr. Magoo, que, para surpresa de todos, seria um grande êxito e se tornaria depois o grande emblema dos estúdios UPA. Como o sucesso tem muitos pais, a criação de Magoo foi disputada por Hubley e Kaufman, sendo ambos citados como tendo sido inspirados na criação da personagem pelos respectivos tios. De qualquer forma, seria Hubley a desenvolvê-lo em filmes posteriores, dois dos quais seriam oscarizados.
Kaufman ainda escreveria mais uma curta de Mr. Magoo, «Punchy de Leon», antes de se lançar nos argumentos para longas-metragens. Logo em 1950 serviu de testa de ferro para
Dalton Trumbo para o clássico de culto
«Mortalmente Perigosa» (1950), uma vez que este estava na lista negra da «caça às bruxas» do Senador McCarthy, mas a sua estreia propriamente dita surgiu no ano seguinte, com o filme de ficção científica
«Unknown World».
O drama de guerra
«Como se Fazem Heróis» (1953), de
Richard Brooks, valeu-lhe a primeira nomeação ao Óscar de Melhor Argumento, a que se seguiu, dois anos depois, a sua obra mais famosa
«A Conspiração do Silêncio», realizado por
John Sturges e protagonizado por
Spencer Tracy, que lhe valeu a segunda nomeação.
Entre os restantes argumentos que escreveu, destacam-se
«Quando Explodem as Paixões» (1959), com
Frank Sinatra,
«O Senhor da Guerra» (1965), com
Charlton Heston, e
«O Homem do Klan» (1974), com
Lee Marvin. Além de argumentista, foi ainda realizador do drama prisional
«Convicts 4» (1962) , com
Ben Gazzara e
Rod Steiger, e produtor associado de
«A Árvore da Vida», com
Elizabeth Taylor e
Montgomery Clift.
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