Brian Dennehy, ator de filmes como "A Fúria do Herói" (o primeiro "Rambo"), "Cocoon", "Silverado" e "Presumível Inocente", faleceu na quarta-feira à noite em New Haven, aos 81 anos, de causas naturais.
"É com grande pesar que anunciamos que o nosso pai, Brian, faleceu na última noite de causas naturais, não relacionadas com a COVID-19. Maior do que a vida, extremamente generoso, pai e avô orgulhoso e dedicado, deixará saudades à sua esposa Jennifer, à família e aos muitos amigos", anunciou nas redes sociais a sua filha, a atriz Elizabeth Dennehy.
Com estatura e físico imponentes e rosto duro, fuzileiro durante cinco anos e corretor de bolsa antes de se tornar ator profissional aos 38 anos, Brian Dennehy tornou-se um dos secundários mais reconhecíveis em filmes populares e essenciais nas décadas de 1980 e 1990.
Começou em filmes como "Meia bola e... força" (1977), "Jogo Baixo" (1978), "10 - Uma Mulher de Sonho" (1979) e "Imagem Quebrada" (1982), mas a carreira começou a sério frente a Sylvester Stallone como o xerife que perseguia implacavelmente o veterano da guerra do Vietname John Rambo em "A Fúria do Herói" em 1982.
O filme abriu caminho a outros, com destaque para "O Mistério de Gorky Park" (1983), "Os Lobos Não Choram" (1983), "Silverado" (1985), "F/X - Efeitos Mortais" (1986), "Perigosamente Juntos" (1986), "Pacto Fatal" (1987), "Coração Indomável" (1988), "Presumível Inocente" (1990), "O Gladiador" (1992), "Tommy Boy" (1995) e "Romeu + Julieta" (1996).
Muitas das personagens foram de vilão (ou carácter dúbio) a polícias ou militares, mas algumas também inesperadamente simpáticas, como em "Cocoon - A Aventura dos Corais Perdidos" (1985), uma fábula de Ron Howard que será provavelmente um dos seus trabalhos mais populares: era o líder do misterioso grupo que recolhia estranhos casulos do mar e colocava-os numa piscina, onde mergulhavam e se sentiam rejuvenescer alguns utentes do lar vizinho da terceira idade.
Um dos raros papéis como protagonista foi em "A Barriga de Um Arquitecto" (1987), de Peter Greenaway, um projeto invulgar na trajetória da sua carreira naquela altura, o que o levou a comentar que "estive em muitos filmes, mas este é o primeiro filme que fiz".
Já este século os filmes importantes escassearam, mas ainda se fez notar com a classe de sempre numa nova versão de "Assalto à 13ª Esquadra" (2005), como a voz de Django, o pai do protagonista da animação "Ratatui" (2007), ou em "Cavaleiro de Copas" (2015), de Terrence Malick, ou o papel não-creditado como o pai de Jake Johnson em "Jogo da Apanhada" (2018).
Nunca nomeado para os Óscares, o talento foi reconhecido no teatro, com dois prémios Tony, em 1999 e 2003, um deles por "Death of a Salesman", que repetiria num telefilme de 2000 pelo qual ganhou um Globo de Ouro.
Foi também seis vezes nomeado para os Emmy, sempre por minisséries, entrando ainda em episódios de séries como "Ai, Que Vida!", "Regras do Jogo", "Hap and Leonard" e, ainda recentemente, de "The Blacklist".
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