Com cerca de 6.500 espetadores, segundo dados da distribuidora,
«Sangue do Meu Sangue» é já o filme português de ficção mais visto de 2011 e é a película estreada este ano, nacional ou não, mais elogiada pela crítica. O novo filme de
João Canijo continua o seu percurso pela essência do que é ser português que tem explorado em filmes como
«Ganhar a Vida»,
«Noite Escura» e
«Mal Nascida», e tem sido destacado, entre outros méritos, pelas interpretações verdadeiramente impressionantes do seu leque de atores.
A razão que explica a forma como as personagens de um bairro popular de Lisboa parecem habitar de tal forma o corpo dos atores reside no trabalho prévio que Canijo desenvolveu com os seus intérpretes e que surge explicado no documentário
«Trabalho de Actor, Trabalho de Actriz», já disponível em DVD.
Ao contrário do processo habitual, em que os intérpretes recebem um guião terminado, cujos detalhes poderão eventualmente discutir com o cineasta, aqui os próprios atores fizeram parte da construção do argumento, em reuniões que desde o início, a partir de um objetivo base («um filme sobre o amor incondicional» passado num bairro popular) serviram para criar as personagens, moldar-lhes as características e o discurso e desenvolver os vários passos da narrativa.
Para os atores, como
Nuno Lopes e
Rafael Morais confirmaram ao SAPO, foi um processo de sonho, um envolvimento no processo criativo a um nível a que os atores praticamente nunca conseguem aceder, e que justifica os resultados brilhantes que todos estão unanimemente a reconhecer.
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