A Cinemateca, em Lisboa, inicia na sexta-feira o ciclo
«Elogio a Jean-Luc Godard» com a exibição de cerca de vinte filmes de um dos fundadores da «Nouvelle Vague» do cinema francês.
«Há poucas décadas atrás era claro que o mundo precisava do cinema e que o cinema precisava de Godard. Hoje, quando deixou de ser evidente que o cinema seja uma necessidade para o mundo, o passo para o silogismo é mais problemático», sublinha a Cinemateca para justificar este novo ciclo.
A Cinemateca já tinha feito por duas vezes programação específica em torno de Godard, em 1985 e em 1999, e regressa agora ao cinema dele com uma escolha de filmes sem um critério específico.
Estão lá
«O Acossado» (1960), um dos filmes-chave do cinema moderno francês,
«Pedro, o Louco» (1965), ambos com
Jean-Paul Belmondo, e
«Nova Vaga» (1990), protagonizado por
Alain Delon.
Destaque ainda para, no começo do ciclo na sexta-feira, a exibição em antestreia do documentário
«Os Dois da (Nova) Vaga» (2009) – Godard e
François Truffaut -, de
Emmanuel Laurent.
Este documentário, que cruza depoimentos e trechos de filmes dos dois realizadores, para contar não só a amizade entre ambos mas também o papel fundador na renovação do cinema francês, será depois exibido em sala comercial, a partir do dia 10.
François Truffaut morreu em 1984, mas
Jean-Luc Godard tem hoje 80 anos e um novo filme,
«Filme Socialismo», que teve estreia mundial em 2010 em Cannes e à qual o realizador não compareceu.
«Filme Socialismo» estreia na Culturgest, em Lisboa, no dia 5, e na Fundação de Serralves, no Porto, no dia 6, e é descrito como uma «sinfonia em três movimentos», sobre a Europa e a relação com o mundo, através das vozes de crianças, de adultos de diferentes nacionalidades e de paisagens, que vão da Palestina a Espanha.
A propósito deste mergulho «nas ondas de uma obra que se confunde, como provavelmente mais nenhuma, com o cinema e com o mundo dos últimos cinquenta anos», como defende a Cinemateca, este mês sairão em DVD os filmes
«Viver a sua vida» e
«Jean-Luc Godard por Jean-Luc Godard».
SAPO/Lusa
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