A ex-pin-up da Playboy que ganhou fama mundial como a nadadora salvadora C.J. Parker reinventou-se com "The Last Showgirl".
Após receber belíssimas críticas pelo seu trabalho como atriz no filme "The Last Showgirl", Pamela Anderson agora sonha fazer teatro, já que a modelo glamourosa dos anos 1990 procura reinventar-se novamente.
A ex-pin-up da Playboy de 57 anos, que ganhou fama mundial como a nadadora salvadora C.J. Parker em "Marés Vivas", disse à agência France-Presse (AFP) que interpretar uma showgirl decadente no filme de Gia Coppola a fez sentir-se uma atriz a sério pela primeira vez.
"Este (papel) foi uma surpresa para mim, quando pensei que era o fim da minha carreira como atriz", disse durante uma deslocação a Paris.
"Agora sinto-me uma atriz. Mas realmente não sabia se era antes. Estava apenas a fazer o melhor que podia."
Ainda não disponível em Portugal, o filme narra os últimos dias de uma dançarina como profissional num cabaré de Las Vegas que está para fechar as suas portas, mostrando como a indústria do entretenimento se desfaz daquelas das quais já não precisa.
O jornal New York Times disse que Anderson estava "deslumbrante" no papel, enquanto o The Guardian da Grã-Bretanha disse que "reescreveu sozinha a maneira como é vista como atriz".
A atriz parece querer retomar o controlo da narrativa da sua vida, que durante muito tempo foi confiscada pelos paparazzi e pela imprensa sensacionalista.
Depois da série "Pam & Tommy", filmada sem a sua autorização e que abordava a sua relação com Tommy Lee, o músico e o pai dos seus dois filhos, avançou para um documentário próprio sobre a sua vida, alimentado pelos seus arquivos pessoais e transmitido na Netflix, "Pamela Anderson, Uma História de Amor"
Coppola, neta do cineasta de "O Padrinho" Francis Ford Coppola, procurou-a para o papel em "The Last Showgirl" depois de assistir ao documentário.
A história desta dançarina em fim de carreira a refletir sobre a sua vida e sobre como não teve tempo de ver a sua filha crescer, tocou-a imediatamente.
“Adoro o facto de este filme não estar aqui para explorar algo. Não mostra a violência contra as mulheres. É apenas um belo filme sobre um ser humano imperfeito que encontra o seu caminho depois de ser uma dançarina de cabaré em Las Vegas”, declara com convicção.
"The Last Showgirl"
O florescimento da carreira tardia de Anderson ecoa o sucesso de outro ícone dos anos 1990, Demi Moore, que também desafiou o tratamento da indústria do entretenimento às mulheres mais velhas com a sua brilhante atuação no nomeado aos Óscares "A Substância" no ano passado.
Os apoios públicos à interpretação de Anderson como showgirl — incluindo uma nomeação para os Globos de Ouro — deram-lhe a confiança para revelar novas ambições e desafiar as perceções forjadas pela sua carreira inicial em fato de banho.
"Acho que fazer parte da cultura pop pode ser um pouco uma maldição porque fica-se famosa por uma coisa", disse Anderson.
"Mas sempre adorei o cinema. Sempre adorei o teatro. Espero um dia fazer uma peça de Tennessee Williams. Adoraria isso. Por que não se pode imaginá-lo? Só é preciso continuar a surpreender as pessoas. O meu objetivo é esse", acrescentou.
Não era aborrecidoComo C.J. Parker em "Marés Vivas"
A vida pessoal de Anderson teve tantas reviravoltas quanto a sua carreira, mas a atriz diz que agora está em paz com a sua trajetória "confusa".
Casou pelo menos seis vezes — duas com o mesmo homem — e uma união, com o magnata do cinema Jon Peters, durou apenas 12 dias.
Também foi símbolo dos excessos da cirurgia estética e uma das primeiras vítimas de chantagem com vídeos íntimos, quando era casada com Tommy Lee.
"Se olho para trás, provavelmente teria feito as coisas de maneira diferente, mas precisava da experiência da vida para aprender", revela à AFP.
"Aprecio a minha vida selvagem e confusa porque tenho muito para usar para aproveitar", disse. "E definitivamente não era aborrecida. Difícil às vezes, e pateta às vezes, ridícula às vezes.
"Mas é assim que se deve viver."
A atriz está de volta à ilha de Vancouver, no Canadá, de onde é natural e onde cresceu, a fazer picles e a trabalhar em receitas para a sua nova atividade paralela como guru da culinária à base de plantas.
Tem o seu próprio programa de culinária na TV, "Pamela's Cooking with Love", e lançou um livro de receitas no ano passado.
Além do ativismo pelos direitos dos animais, lançou uma autobiografia em 2023, insistindo publicamente que ela mesma a escreveu após rejeitar o conselho do seu agente literário de que deveria contratar um escritor fantasma.
"Sei escrever, seu parvalhão, dê-me algum crédito", foi a sua reação, contou depois ao jornal The Times.
"E portanto, escrevi-o."
Isso revelou o seu crescimento com pais voláteis, bem como abuso sexual na infância.
"Realmente não sei o que vem a seguir. Há muitas oportunidades por aí, mas estou bem a viver no mistério do que vem a seguir", disse à AFP.
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