Johnny Depp parece mesmo não fazer parte dos próximos planos da saga "Piratas das Caraíbas".

Stuart Beattie, que ajudou a escrever o rascunho inicial da história do primeiro filme, "A Maldição do Pérola Negra", de 2003, é a primeira pessoa ligada à saga a dar a entender publicamente que a Disney se prepara para abdicar da estrela principal.

Na passadeira de um evento em Hollywood, Stuart Beattie acenou afirmativamente com a cabeça e falou já do "legado" dos cinco filmes quando o jornalista do Daily Mail lhe disse que parecia que os dias de Depp como Jack Sparrow tinham chegado ao fim.

"Acho que ele teve uma óptima jornada. Obviamente que ele transformou a personagem em algo dele e esta tornou-se agora aquela pela qual ele é mais famoso. E as crianças de todo o mundo adoram-no como aquela personagem, portanto acho que foi ótimo para ele, foi ótimo para nós, estou muito feliz por isso. Acho que Jack Sparrow será o seu legado. É a única personagem que intepretou cinco vezes, é a personagem que ele prepara para visitar crianças nos hospitais, é por isso que será recordado", explicou.

O argumentista recordou que existe um antes e depois na carreira de Depp: "Antes de aparecer o Jack Sparrow, ele era considerado esta espécie de ator peculiar independente que tinha feito aqueles filmes muito giros do Tim Burton, mas não era de todo uma estrela de cinema e muitas pessoas pensaram que éramos malucos por escolhê-lo naquela altura. Porque ele não tinha provado o seu valor [comercial]; ser uma grande estrela de cinema. E nós estávamos a fazer um grande filme [...] o facto de ter funcionado é um milagre."

Os cinco filmes renderam mais de 4,5 mil milhões de dólares ao longo de 14 anos, mas o mais recente, "Homens Mortos Não Contam Histórias" (2017) "só" arrecadou 794 milhões a nível mundial, enquanto o anterior "Por Estranhas Marés" passou a marca dos mil milhões em 2011. A comunicação social especializada notou que era um sinal de "esgotamento" da saga.

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Em agosto, num momento em que Hollywood vive sob a tensão do movimento #MeToo e as grandes sagas precisam atrair milhões de espectadores para serem um sucesso, foi sugerido que a Disney se preparava para desistir de Johnny Depp por causa das constantes polémicas em que estava envolvido, entre elas o estilo de vida e despesas extravagantes, as acusações de violência doméstica da ex-mulher Amber Heard e um processo em tribunal por uma alegada agressão na rodagem de "City of Lies".

No início da semana, surgiram notícias de que a Disney estava a pensar recomeçar tudo de novo e teve uma reunião com Rhett Reese e Paul Wernick, argumentistas dos dois filmes "Deadpool". A indicação era que estavam já em negociações e estava tudo em aberto, incluindo a presença do ator.