Conhecemo-la de filmes como "Planeta Terror", "Machete" ou "A Dália Negra" e da série "As Feiticeiras", mas Rose McGowan tem, nos últimos anos, dedicado mais tempo ao seu papel como realizadora e ativista.

Juntou-se às vozes mais críticas na denúncia do sexismo e da misoginia no seio da indústria cinematográfica e televisiva americana e revelou recentemente, numa série de tweets, de forma algo críptica, que ela própria terá sido vítima de abuso sexual por parte de um executivo de Hollywood.

Sobre esse tema não quis adiantar muito mas, em Portugal para participar na Web Summit, Rose sentou-se para conversar connosco e apontou armas a Hollywood: "É um sítio belo e negro".  McGowan defendeu que a indústria tem de "parar de ter medo das mulheres" e dar mais papéis a atrizes.

Veja o vídeo da entrevista com Rose McGowan:

A atriz diz ter descoberto recentemente que "odeia representar". "Tinha raiva de ter de ser outras pessoas porque, durante 15 anos, o que saiu da minha boca foi algo que um homem escreveu para eu dizer", disse. "Não estou interessada no que Hollywood tem para dizer", acrescentou.

Quando se toca no tema da vitória de Donald Trump, Rose McGowan não tem meias palavras: "estamos f******, é uma catástrofe de proporções épicas", comparando mesmo a eleição do candidato republicano ao apocalipse. Ao falar de Hillary Clinton emociona-se visivelmente e culpa, em parte, os média pela derrota da candidata democrata: "Os meios de comunicação social passaram 30 anos a deitar abaixo Hillary Clinton, por ser uma mulher".

Rose McGowan lançou em Sundance a primeira curta-metragem que dirigiu, "Dawn", vai lançar uma série sob a chancela da Amazon, está a escrever um livro e tem um álbum na calha. Com a sua produtora, a Damage Productions, lançou um concurso para argumentistas com uma regra simples: os guiões em competição tinham de ter histórias focadas em mulheres. A atriz fica também à espera de um argumento de Hollywood que a convença a voltar a representar.