O ciclo “Topografias Imaginárias” é uma iniciativa é do Arquivo Municipal de Lisboa – Videoteca: entre os dias 1 a 3 e 8 a 10 de setembro, visionamentos de filmes comentados por um vasto leque de convidados vão decorrer em pontos inusitados da cidade.

Por sua vez, o tema “Lisboa – Cidade do Sul” vai ao encontro dos eventos de “Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-americana da Cultura 2017”.

Os 11 filmes a serem exibidos abrangem várias épocas e são obras de realizadores portugueses e sul-americanos. A ideia central: demonstrar como a capital portuguesa foi vista pelos mais diferentes olhares ao mesmo tempo que mostra também um olhar lusitano ao Sul.

A mostra ocorre em locais como a Ponte Vasco da Gama, o Museu da Carris, a Quinta do Alto (Alvalade), o Vale do Fundão (Marvila), o Miradouro de Santo Amaro e o Teatro de Carnide. As entradas são livres e o transporte é gratuito até aos locais.

O passeio pela cidade é um dos objetivos do evento e conforme explica ao SAPO Mag uma das programadoras e diretoras do evento, Inês Sapeta Dias, a ideia de facultar os meios de transporte passa justamente por essa ideia.

“Esse transporte existe não apenas por comodidade, para facilitar o acesso dos espectadores aos locais de projeção, que são estranhos e desconhecidos, mas para desde logo iniciar a viagem que este programa propõe. Durante o percurso até vamos passar documentários sonoros sobre cidades sul-americanas, sendo desde logo possível começar a ver Lisboa como se fosse outra, como se fosse mesmo uma cidade do Sul”.

Os filmes

O programa, embora nem sempre, cria uma correspondência entre os cinemas da América Latina e o português – pondo em contacto filmes que cineastas sul-americanos fizeram em Lisboa e obras que realizadores portugueses fizeram na América do Sul.

Conforme observa Inês Dias, no clássico brasileiro de 1937, “A Descoberta do Brasil”, de Humberto Mauro, “Lisboa é a cidade de onde se parte para o Brasil. Exibido no dia 1, este filme será o nosso ponto de partida para o que será o Topografias Imaginárias”.

Esta perspetiva reflete-se ainda em obras como “Milagre na Terra Morena”, obra de 1975 do cineasta cubano Santiago Alvarez, ou “Los Barcos”, trabalho que Dominga Sotomayor desenvolveu na capital portuguesa em 2016.

Sob a perspetiva contrária, “O Caso J”, de José Filipe Costa, foi rodado no Brasil e “Eldorado XXI” (foto), de Salomé Lamas, que estreou nas salas portuguesas este ano, foi produzido no Peru; por seu lado, Márcio Laranjeira rodou na Argentina “Fuera de Cuadro”.

Por fim, um clássico da fase mexicana de Luís Buñuel – “La Ilusión Viaja en Tranvía”, de 1953.

“De repente, por estarmos a ver o filme aqui, vemos Lisboa transformar-se na Cidade do México ou vice-versa”, analisa Inês Dias.

“Assim, o programa cria uma Lisboa ficcional através da projeção ao ar livre, onde os lugares vão transformar-se por causa do cinema e, ao mesmo tempo, vão descobrir-se coisas nos filmes”, conclui.

A relação dos comentadores envolvidos e os horários das sessões e das saídas dos autocarros podem ser consultados no site do Arquivo Municipal da Câmara de Lisboa.

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