O concerto "O Tempo e o Modo: Diálogos entre Guitarras" vai decorrer, a partir das 21h30, na igreja Matriz de Santiago do Cacém, a terra natal de António Chainho, segundo o Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, o promotor do festival.

Através do concerto, uma "experiência única na abordagem da música religiosa", o festival vai promover um diálogo entre a guitarra portuguesa de António Chainho, que este ano celebra 50 anos de carreira, e a guitarra clássica de Jürgen Ruck, "o mais notável guitarrista alemão da atualidade" e "um dos génios da guitarra dos nossos dias".

No concerto, os guitarristas vão interpretar em "estreia mundial" as obras "Si amanece, nos vamos", da compositora portuguesa Rita Torres, que "triunfa na Alemanha", e "Esto sí que es leer", do compositor uruguaio Eduardo Fernández, "outra figura de referência da música internacional".

O programa do concerto, que conta com a participação de Carlos Silva (viola), inclui também obras do espanhol José María Sánchez Verdú, da australiana Cathy Milliken, dos italianos Bruno Dozza e Maurizio Pisati e do alemão Bernd Franke.

Segundo o diretor artístico do festival, Juan Ángel Vela del Campo, citado pelo DPHA, trata-se do "programa mais original, mas também o mais arriscado" da edição deste ano do Terras Sem Sombra "ao incorporar oito obras do século XXI no seu repertório".

"O século XXI reclama o seu protagonismo e fá-lo com a novidade de novas criações e com a eternidade das de sempre", frisa Juan Ángel Vela del Campo, referindo que "a experiência promete ser emocionante".

"É desta forma, trazendo até ao Alentejo experiências inéditas, de certo modo irrepetíveis, que o Terras Sem Sombra põe em diálogo as grandes páginas do passado e a criação contemporânea", salienta o diretor-geral do festival, José António Falcão, citado pelo DPHA.

No âmbito do seu programa de preservação da biodiversidade, o festival vai promover no domingo, a partir das 10h00, um passeio pelas zonas húmidas com sistemas biodiversos e frágeis da Lagoa de Santo André e espaços dunares adjacentes.

Segundo o DPHA, durante o passeio, que terminará num ponto de observação de aves aquáticas, serão discutidos fatores que "ameaçam" aquela zona protegida, como a poluição, o assoreamento, a pesca intensiva e a pressão turística.

A edição deste ano do Festival de Musica Sacra do Baixo Alentejo - Terras Sem Sombra, a 11.ª, com o tema "O Magnum Mysterium - Diálogos Musicais no Sul da Europa (Séculos X-XXI)", decorre até 4 de julho e inclui oito concertos em igrejas do Alentejo e ações associadas à biodiversidade alentejana nas manhãs dos dias a seguir aos espetáculos.

@Lusa