Em declarações à Lusa, Duarte Mendonça deu conta do seu contentamento de poder apresentar em Portugal este duo, depois de, no ano passado, “por motivos orçamentais”, ter sido obrigado a cancelar a sua vinda.

O duo norte-americano é constituído pela cantora Roseanna Vitro e o pianista e compositor Kenny Werner, e atua no auditório do Casino Estoril, no concelho de Cascais, no dia 9 de maio, na abertura do festival

Referindo-se a Roseanna Vitro, Duarte Mendonça afirmou que “é, sem dúvida, senhora de um talento indiscutível e sobretudo versátil, que alia ao extremo bom gosto das suas escolhas, sempre sujeitas ao ‘swing’ recatado que coloca nas suas interpretações, o tratamento quase instrumental do seu canto, tornando-se uma das mais interessantes vozes femininas da atualidade”.

Quanto ao pianista, o programador sentenciou: “Werner figura, seguramente, entre a meia dúzia de grandes pianistas de estilo intemporal e inclassificável que hoje mantêm vivo o esplendor de um instrumento que tantas glórias trouxe ao jazz”.

“É, ao mesmo tempo, um criador de momentos musicais, nos quais o classicismo e a modernidade se conjugam de uma forma imprevisível e jamais acomodada, assim enriquecendo como poucos a música que toca e em que toca”, acrescentou.

Do cartaz do Estoril Jazz, que se realiza de 09 a 17 de maio, sempre no auditório do Casino Estoril, fazem igualmente parte o quarteto do trompetista norte-americano Sean Jones, que atua no dia 10, o quarteto do saxofonista português Ricardo Toscano, que toca no dia 16, e os Opus 5, que apresentam, no dia 17, o projeto “The Mingus alumni”.

Segundo Duarte Mendonça, o Opus 5 é “um dos grupos mais formidáveis a emergir na cena jazz moderna de Nova Iorque”.

O grupo é formado pelo trompetista Alex Sipiagin, o saxofonista Seamus Blake, o pianista David Kikoski, o baixista Boris Kozlov e o baterista Donald Edwards. “Todos eles, líderes por direito próprio, equilibram composição e improvisação nos seus dois álbuns, ‘Introducing Opus 5’, de 2011, e ‘PentaSonic’, de 2012”, sublinhou o programador.

Quanto a Sean Jones, ao qual Duarte Mendonça se referiu como um “notável compositor, trompetista e educador”, o programador disse que, para o músico, “a busca do Jazz é um esforço mais sério, não apenas em termos de dominar a forma de arte, mas no seu sentido mais pleno e finalidade social, filosófica e espiritual”.

“Profundamente influenciado por sua experiência na música gospel na igreja, quando jovem, Sean teve uma epifânia aos 19 anos, quando era estudante na Universidade de Youngstown. Esse despertar ocorreu - como com tantos outros músicos sérios - com a primeira audição da obra-prima do magnífico John Coltrane, ‘A Love Supreme’”, contou.

Referindo-se ao português Ricardo Toscano, de 21 anos, Duarte Mendonça afirmou que “é um caso sério no panorama jazzístico português”.

Ricardo Toscano formou o seu Quarteto, que venceu, na categoria de Jazz, o Prémio Jovens Músicos. Da formação original mantém-se apenas João Pereira, na bateria, além de Toscano. No palco do Estoril, ao piano, vai estar João Pedro Coelho, no contrabaixo, Romeu Tristão, e, como convidado especial, o trompetista Diogo Duque.

@Lusa