Em declarações à agência Lusa, fonte da Casa do Artista, que organizou o ciclo, disse à Lusa que o espetáculo desta próxima segunda-feira, às 21h30, que conta com a participação de António Pinto Basto, Cristina Nóbrega, Fábia Rebordão, Jorge Fernando, Ricardo Ribeiro, Marco Rodrigues e Yola Dinis, “já está esgotado”.
Os fadistas vão ser acompanhados por Pedro Castro, na guitarra portuguesa, e Jorge Fernando, na viola. Marco Rodrigues, criador de “O homem do Saldanha”, acompanhar-se-á à viola e, na guitarra portuguesa, será acompanhado por Pedro Viana, com Frederico Gato, na viola baixo.
Além de Celeste Rodrigues, o ciclo de espetáculos homenageou Manuel de Almeida, Fernando Maurício e Ada de Castro. As receitas de bilheteira revertem para a obra social da Casa do Artista.
Os quatro espetáculos totalizaram 700 espetadores, tendo sido o de Celeste Rodrigues, com 320 espetadores, o único que esgotou, segundo a mesma fonte.
Celeste Rodrigues, de 94 anos, conta mais de 60 anos de carreira artística. Do seu repertório fazem parte, entre outros, “Trago na voz o vento”, "Ouvi dizer que me esqueceste”, “O meu nome baila no vento”, entre outros.
À Lusa, a fadista Argentina Santos, afirmou: “A Celeste [Rodrigues] tem uma caixinha de música na garganta”.
Celeste Rodrigues, numa entrevista à Lusa, revelou: “O meu sonho não era ser artista, gostava imenso de cantar no meio dos fadistas, não em público, mas aconteceu”, e referiu a sua timidez e humildade naturais.
A descoberta da fadista aconteceu em 1945, quando o empresário de espetáculos José Miguel a ouviu cantar "numa roda de amigos", e a contratou imediatamente para atuar no Café Casablanca, em Lisboa, no Parque Mayer.
Desde então tem permanecido ativa, tendo pisado os mais variados palcos nacionais e internacionais, além de uma presença constante nas casas de fado lisboetas, designadamente A Viela, Parreirinha de Alfama, de Argentina Santos, O Embuçado, Bacalhau de Molho e Casa de Linhares, entre outros.
"O público tem sido muito bom para mim, não me posso queixar", afirmou a criadora de “Lenda das Algas”, fado escrito para si por Laierte Neves e Jaime Mendes.
Celeste Rodrigues foi alvo de uma homenagem em 2007, pela Associação dos Amigos do Fado, em 2010, no Cinema S. Jorge, em Lisboa, quando recebeu a Medalha de Mérito, grau Ouro, da Câmara de Lisboa e, em 2011, no Teatro S. Luiz, num espetáculo que contou com a participação, entre outros, de Camané, Raquel Tavares, Mafalda Arnauth, Hélder Moutinho, Tim e Zé Pedro dos Xutos & Pontapés.
A Casa do Artista, em Carnide, é uma associação, sem fins lucrativos, de apoio aos artistas, inaugurada em setembro de 1999.
No âmbito das celebrações dos seus 15 anos, a Casa do Artista tem patente, na sua galeria, a exposição de fotografia “Há quinze anos na fila da sempre”, que apresenta o grupo dos 33 fundadores, entre eles os atores Raul Solnado, Armando Cortez, Alda Pinto, Beatriz Costa, Carmen Dolores, Manuela Maria e Alina Vaz.
@Lusa
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