O Festival do Solstício, a realizar no próximo fim de semana, resulta da iniciativa da Câmara Municipal de Odemira e é organizado pela associação PédeXumbo, responsável por outros eventos como o Andanças, com quase 20 anos de história, e o Entrudanças, que se realiza há 10 anos numa localidade do Baixo Alentejo.

O novo festival alentejano segue a mesma “filosofia”, que consiste na dinamização de localidades do interior através da música e da dança tradicionais, explicou hoje à agência Lusa a responsável pela coordenação e programação, Marta Guerreiro.

Concertos, oficinas de dança, passeios, animação de rua e bailes noturnos são as principais ofertas do programa desta festa, que começa na sexta-feira, o dia mais longo do ano no hemisfério norte, com a aldeia de Santa Clara-a-Velha e o rio Mira como palcos.

A expectativa da população em relação ao acontecimento é “grande”, indicou Marta Guerreiro, assegurando que “as pessoas estão contentes por o festival se realizar” na localidade.

Reconhecendo que o arranque acontece num ano “difícil”, a organização estima que 1500 pessoas participem nos três dias de atividades do festival.

O evento vai ser, segundo a responsável, o “reflexo” do trabalho de levantamento de algumas tradições que a associação PédeXumbo, sediada em Évora, realizou nos últimos três meses junto dos habitantes.

O projeto permitiu recolher testemunhos de “ofícios que se foram perdendo”, bem como cantares antigos, e “revitalizá-los”, explicou.

Uma das iniciativas consistiu na apanha da atabua, uma planta que cresce junto à água e que “servia para milhentas coisas”, entre as quais o fabrico de embarcações, contou Marta Guerreiro.

A ação vai ter desenvolvimento no festival, na sexta-feira de manhã, com uma oficina de construção de uma embarcação em atabua, que será depois lançada à água.

Todas estas atividades fazem parte de uma intervenção mais alargada, com a duração prevista de cinco anos.

O Projeto Solstício, cuja primeira fase se desenrolou a partir de março e a segunda decorre este fim de semana, com o festival, teria ainda uma terceira fase, correspondente a campos de férias para crianças entre os seis e os 12 anos.

Contudo, estes não se irão realizar, por não ter sido atingido o número mínimo de participantes fixado pela organização, esclareceu Marta Guerreiro.

O vice-presidente do município, Hélder Guerreiro, assumiu à Lusa o receio pelo “risco” na realização desta “experiência”.

Este é, segundo o autarca, “um dos primeiros eventos” que a Câmara de Odemira tem previstos para “estancar a perda demográfica” no interior do concelho.

@Lusa

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