Entrámos num Musicbox cheio pela metade para dar de caras com a figura de Elizabeth Bernholz no meio do palco. Fato de treino bem azul, o cabelo ondulado a pender como uma medusa e a meia de vidro a cobrir a cara. As próprias luzes, oscilando entre o negrume e as explosões de luz azul ou roxa, deixavam a adivinhar onde a britânica iria aparecer a seguir.
Por muito que os beats obscuros nos convidem a dançar, a postura e cenário bizarro fazem com que seja fácil que nos deixemos assombrar ao contemplar os movimentos quase maquínicos de Bernholz e os seus gritos agonizantes, harmónicos quando inseridos na manta de sonoridades experimentais que apresentou na sala lisboeta. Contudo, ainda foram alguns os que dançaram ao som de “Guts”, “Belly of the Beast”, “Anti Body”, “Human Touch” e “Exorcise”, entre outras faixas deste registo tão aclamado pela crítica.
Uma performance que teve tanto de estranho como de cativante, destrutiva e fugaz, já que os curtos 30 minutos de concerto deixaram-nos a querer ver mais desta misteriosa e camaleónica Gazelle Twin.
A honra de fechar a noite coube ao duo Fujako (Jonathan Saldanha HHY + Nyko Esterle RIPIT).
Texto: Rita Bernardo
Fotografias: Nuno Bernardo
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