O Centro Cultural de Macau vai acolher a 28 de outubro Gisela João, descrita hoje como uma “conceituada fadista” por Leong Wai Man, presidente do Instituto Cultural (IC) da região administrativa especial chinesa, que organiza o festival.

De acordo com o programa da 35.ª edição do FIMM, Gisela João vai apresentar uma seleção de canções do seu terceiro álbum, “AuRora", editado em 2021, “o seu registo mais pessoal e intimista e que representa um novo capítulo na sua carreira”.

“É a primeira vez que podemos convidar músicos e grupos do exterior” desde o início da pandemia, disse numa conferência de imprensa Leong Wai Man, que demonstrou esperança de que o festival possa atrair “muitos visitantes das regiões vizinhas”.

“Num festival internacional, temos de ter convidados internacionais”, disse, também na conferência de imprensa, o diretor do programa do FIMM, o maestro Lio Kuokman.

O FIMM regressou aos palcos em 2022, após um interregno de dois anos devido à pandemia, com um programa que incluía dois espetáculos de convidados estrangeiros, mas apenas através de atuações gravadas, um dos quais do português António Zambujo.

Em dezembro, Macau anunciou o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições, que incluíam a proibição da entrada de estrangeiros sem estatuto de residente.

Entre os 16 programas do FIMM, Lio Kuokman destacou a primeira atuação em Macau do japonês Joe Hisaishi, conhecido por ter composto as 100 bandas sonoras para quase todos os filmes do animador japonês Hayao Miyazaki.

Já Leong Wai Man referiu o concerto da “diva do jazz” norte-americana Stacey Kent, que irá apresentar clássicos e canções originais, incluindo “Tango In Macau”, uma colaboração com o marido Jim Tomlinson e com o japonês Kazuo Ishiguro, Prémio Nobel da Literatura em 2017.

A presidente do IC recordou ainda o regresso da ópera, uma vez que a edição deste ano arranca a 30 de setembro com “O Barbeiro de Sevilha”, do italiano Gioachino Rossini (1792-1868), “reinventada” pelo Teatro Real Dinamarquês.

O festival encerra um mês depois, em 30 de outubro, com “Ecos da Vida”, um espetáculo que combina um recital da pianista alemã-japonesa Alice Sara Ott e instalações de vídeo do arquiteto turco Hakan Demirel, em torno dos “24 Prelúdios” de Frédéric Chopin (1810-1849).

Com o regresso dos artistas estrangeiros, o orçamento do FIMM mais que duplicou, de 13 milhões de patacas (1,5 milhões de euros) em 2022 para 33 milhões de patacas (3,8 milhões de euros), que Leong descreveu como “um ligeiro aumento”.

O FIMM decorreu pela primeira vez em 1987, ainda durante a administração portuguesa de Macau.