A noite começou com o duo lisboeta, pouco passavam das nove horas anunciadas. A banda, que há dois anos venceu o Festival Termómetro, alicerçada nas batidas quase mecanizadas de Miguel Abelaira e na barreira de som criada pela guitarra de Pedro Ferreira, enquadrou-se perfeitamente na noite, pecando apenas pela brevidade do alinhamento.
Entre os dois concertos - é de relevar a escolha eclética - foram tocadas músicas de bandas e artistas como Pink Floyd, Alice in Chains, Korn e Tyler, the Creator. Se os temas dos primeiros faziam algum sentido na noite em questão, os dos restantes deixaram algumas pessoas do público menos satisfeitas. Gradualmente, a música dos Korn foi ficando mais baixa, até ser nula.
Ainda nem 22h00 eram quando a banda irlandesa subiu ao palco. Sem perderem tempo, os God is an Astronaut começaram por apresentar “Reverse World”, havendo, no fim do tema, lugar aos típicos agradecimentos em português, pela voz do mais recente membro da banda, Jamie Dean.
De seguida, a banda de Wicklow apostou numa revisão às primeiras faixas dos seus álbuns, com The End of the Beginning" e "Fragile", do primeiro e segundo disco, respetivamente, a fazerem-se ouvir. Era, então, altura de "acelerar o passo" - palavras de Jamie Dean - com "Echoes" - uma das canções que mais reação arrancou do público.
Tempo para Jamie Dean e Torsten Kinsella falarem um pouco sobre o novo álbum, "Helios|Erebus", com lançamento previsto para 21 de junho, do qual optaram por dar a conhecer a canção "Vetus Memoria", que, com uma pausa a meio da música, conseguiu enganar o público.
Hora de voltar a material mais conhecido do público - mas nem por isso menos interessante -, com a banda a interpretar “When Everything Dies” e “Worlds in Collision”, depois da qual Damie Dean, mais uma vez no centro das atenções, saltou para o meio do público de guitarra em punho.
Ainda houve tempo para o público dar, a pedido da banda, algum feedback sobre o seu novo trabalho, culminando o momento no alívio do grupo, perante a aprovação geral da sala. Mote para o regresso ao novo disco, desta feita com a música que dá nome ao álbum e "Centralia", com “From Dust to the Beyond”, de 2002, pelo meio.
O “alinhamento previsto” acabou com “Forever Lost”, do álbum de 2005, “All is Violent, All is Bright”. Invocando uma relação de confiança entre o público e a banda, esta não quis mentir, fazendo o típico teatro do “encore inesperado”. Virou-se, então, de costas e, quando se voltou para o público, foi aplaudida como se tivesse acabado de voltar do backstage. Uma forma inteligente de brincar com um cliché da música ao vivo.
Para o encore ficou reservada a primeira faixa do álbum a ser lançado, "Agneya" e, a fechar a noite, "Suicide by Star".
Texto: João Pedreda
Fotografias: Anais Afonso
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