"Participar no «Ídolos» foi uma experiência engraçada. Musicalmente não acredito que me tenha trazido muito, mas vendo e analisando as minhas prestações percebi que ainda tinha muito para trabalhar", contou Luísa Sobral ao SAPO Música na passada sexta-feira, dia em que, além de ter sido entrevistada na redação, foi a editora convidada de março e participou num chat com os utilizadores.

Para a autora de "The Cherry on My Cake" (2011), a passagem pelo concurso encorajou-a a apostar mais na formação musical: "Comecei a pensar «Estaria pronta para gravar um CD agora?». E percebi que não estava, mesmo! «Então como é que posso estar pronta para fazer isso? Tenho de ir explorar a minha musicalidade»". O que seguiu foram vários anos em Boston, nos EUA, e um contato mais próximo com a música na Berklee College of Music, onde terminou a licenciatura em 2009.

O impulso para este investimento é o melhor que Luísa guarda da experiência no «Ídolos». "Não me trouxe muito mediatismo. As pessoas esquecem-se de nós muito rapidamente porque vem logo uma Susana qualquer na próxima temporada. É assim...", constata.

Se em 2003 sentiu curiosidade pelo formato, hoje mostra-se menos intrigada: "Acho que fazem demasiados concursos destes. A ideia satura, já é demais. Nem sequer é preciso uma pessoa dar uma opinião, basta olhar para o que se passou e pensar: alguém que esteve naquele programa tem agora uma carreira a que as pessoas deem valor, que tenha notoriedade e que seja considerado um grande músico português? Não há ninguém. Basta olhar, ver isso e perceber que aqueles programas são feitos apenas para o público e nunca para o artista", observa.

@Gonçalo Sá