São concertos pouco ortodoxos de músicos que percorrem os caminhos da experimentação, marcados para hoje (Lula Pena), 13 de maio (William Basinski) e 14 de junho (Pete Kember), todos com começo às 22:00 e com entrada a cinco euros.

Lula Pena ainda navega nas águas do seu último trabalho “Troubador”, onde se cruzam as influências do fado, da bossa nova, da canção francesa ou do tango, numa voz e numa guitarra com uma personalidade e um encanto muito próprios. Uma artista singular, para quem o silêncio é uma presença quase tão importante quanto os sons que a têm levado nos últimos anos três a atuar na Europa e no Brasil.

Segundo o programa de divulgação do concerto “cada concerto seu, prima pela partilha única com o público, uma comunhão ritual da descoberta da criação, de momentos e reações que existam exclusivamente numa ocasião”.

A segunda data deste ciclo está reservada para William Basinski que, no concerto na Culturgest Porto, apresentará trabalho do seu anunciado novo disco, ‘Nocturnes’, constituído por uma peça "psicadélica" de piano preparado que data do final da década de 1970, e uma peça de 20 minutos editada a partir da sua contribuição musical para a ópera ‘The Life and Death of Marina Abramovic’ de Robert Wilson, que percorreu a Europa recentemente.

No concerto, os leitores de fita magnética serão alguns dos instrumentos manipulados pelo nova-iorquino, que os utilizou também em “The Disintegration Loops”, série constituída por quatro volumes, lançados no início no rescaldo da queda das Torres Gémeas, a 11 de setembro de 2001.

O ciclo fecha com Pete “Sonic Boom” Kember um lendário sobrevivente do psicadelismo no campo do rock, desde que formou os Spacemen 3 em 1982 com Jason Pierce (Spiritualized).

Com trabalhos enquanto Spectrum e Experimental Audio Research (EAR), Kember mantém-se permanentemente na procura de novas formas de comunicação musical e, nos últimos anos, ganhou mais destaque, muito devido ao seu comando nas misturas de ‘Tomboy’ de Panda Bear e de produtor em ‘Congratulations’ dos MGMT, para além do trabalho de masterização em discos de Sun Araw, Peaking Lights, Wooden Shjips e das reedições recentes de Red Crayola.

Nesta ocasião na Culturgest Porto, Kember vai apresentar-se a solo no projeto EAR que idealizou e tem vindo a dar consequência para o seu trabalho em domínios mais abstratos, produzindo peças arquitetadas maioritariamente em sintetizadores modulares.

@Lusa