Brian Molko, com um visual diferente, um penteado mais curto, levou muitas adolescentes à histeria que se concentravam à frente do palco desde muito cedo. O alinhamento não trouxe nenhuma novidade, os Placebo tocaram quase todas as músicas do último álbum "Battle for The Sun", lançado em 2009.

"Every Me and Every You" recebida com histeria, "Breathe Underwater", "Special Needs", "Battle for The Sun", "Nancy Boy" e também "Never-Ending Why", que fez aparecer pó e fumo no ar à frente do palco.

Em "Song to Say Goodbye", Molko diz que esta não é uma despedida e que se o público não ficasse para o resto do concerto, o seu coração ficaria despedaçado. Mas "All Apologies", um cover de Nirvana, foi provalmente o momento alto da actuação recebido com mais entusiasmo pelos festivaleiros.

"Taste in Me" fechou com chave de ouro um concerto que sem grandes surpresas mas que não desiludiu os 24 mil espectadores presentes.

Seguiu-se Peaches que fechou a noite do segundo dia. A "sexy e nojenta", como a própria se apelidou, fez de tudo durante quase duas horas. Atitudes provocatórias, insinuações, andou em cima do público (proeza que já tinha realizado no Festival Optimus Alive) deu cambalhotas, despejou champanhe, e fez mesmo os espectadores tirarem a camisola.

Também houve música. Muita música… rock, electrónica e distorção. "Showstopper", "Talk To Me", "Serpentine", e "Boys" são apenas exemplos do rock agressivo e estridente de Peaches que fizeram saltar os milhares que ainda ficaram para ver a artista mais excêntrica da noite. Mas Peaches também mostrou o seu lado sentimental em "Loose You".

A velhinha "Fuck the Pain Away", do primeiro álbum da canadiana ("Teaches of Peaches") serviu o encore. Em "Set It Off" a canadiana pediu e o público tirou mesmo as t-shirts prometendo que se o fizessem diria que o público do Porto é melhor do que o de Lisboa. Mas Peaches não estava no Porto, mas sim em Gaia. Mas o público fez ouvidos moucos.

Antes de Placebo, David Fonseca provou que os artistas portugueses merecem cada vez mais lugar de destaque lado a lado com artistas estrangeiros. Num concerto energético e vibrante, o ex-Silence Four pôs o público a dançar várias vezes em temas como "The 80’s" e "Stop for a Minute" ou "Girls Just Wanna Have Fun".

Num cenário retro, uma cabine telefónica vermelha, muitas luzes fluorescentes, um piano antigo, o concerto revisitou temas de álbuns anteriores como "Kiss Me, Oh Kiss Me", "Sabotage", "Silent Void" e "Someone That Cannot Love".

A Silent Film abriram o palco principal ainda o sol se punha. A banda britânica, formada em 2005 trouxe canções do seu único álbum lançado em 2009, "The City That Sleeps".

"São tão sortudos, em Inglaterra não temos coisas destas", repetiu Robert Stevenson, o vocalista ao longo do concerto referindo-se ao pôr-do-sol.

Ao longo de uma actuação que não durou muito tempo e um alinhamento pouco diversificado, a banda britânica fechou com "You Will Leave a Mark", single de lançamento do álbum e provavelmente a mais conhecida do álbum, a avaliar pelas reacções do público.

O segundo dia do Festival Marés Vivas já prometia um desfecho mais feliz do que no primeiro. Às 19:00 já se notavam mais espectadores no recinto. Rockeiros, "emos" e punks desfilavam pelo recinto do festival já ao final da tarde.

Bem evidente este facto, nos concertos do palco secundário, com bastante mais espectadores do que o primeiro dia de festival. Mónica Ferraz fez as honras de abertura. Num concerto muito animado cantou canções do seu primeiro álbum a solo "Start Stop" (que vai ser apresentado a 19 de Julho), um registo bem diferente dos Mesa", mais rockeiro, pop e soul. André Indiana trouxe também um novo álbum (o terceiro) para as centenas de espectadores, que se concentraram no espaço dedicado aos talentos portugueses, e já habituados ao rock-n-roll do artista portuense.

Os Azeitonas fecharam o segundo dia do palco secundário com o seu mais recente trabalho, "Salão América".

Texto @Catarina Osório/ Foto @Alice Barcellos