Palco Principal - No seu mais recente álbum - o terceiro da sua carreira -, "Studio 105", optou por um registo acústico. O que a levou a tomar esta decisão?

Mayra Andrade -Foi uma necessidade natural, que decorreu do facto de ter feito um segundo disco muito mais trabalhado, com muitos arranjos e muitos instrumentos. Havia som por todo o lado! Depois de o lançar e promover, senti a necessidade de elaborar algo mais... íntimo.

PP -É umaresponsabilidade acrescida fazer um álbum de versões, ainda que se tratem de versões de temas originais seus, incluídos nos seus dois primeiros álbuns de originais?

MA - Não, sinto mais o oposto, aliás. Este é um disco muito libertador. Depois de ter feito a versão original dos temase de ter defendido o palco cominterpretações diferentes, tive oportunidade de voltar a fazer mais uma versão - foi uma espécie de bónus, digamos assim. O "Studio 105" é um disco de prazer, em que tive oportunidade de escolher as músicas que realmente tinha vontade de voltar a descobrir.

PP - Optou por gravá-lo ao vivo. O que muda quando se grava um álbum ao vivo?

MA - Muda tudo! Só temos one shot, não há um segundo take!

PP - Tem tido um bom feedback do álbum?

MA - Um óptimo feedback! O disco tem gerado reacções muito boas.

PP - Em "Studio 105" fez-se acompanhar por artistas como Vincent Segal e Hugh Coltman. Porquê eles?

MA - O Vincent Segal é um músico extremamente respeitado em França. Além de excelente profissional, é um amigo, um vizinho, uma «biblioteca», enfim, é uma pessoa que consulto sempre que preciso de ter ideias e que, inclusive, já tinha tocado comigo no álbum "Navega". Já o Hugh Coltman tocava com um dos meus guitarristas, que me deu a conhecer o seu álbum. Adorei a sua voz e, quando senti necessidade de uma colaboração, foi um nome que me veio imediatamente à cabeça.

PP - No seu último concerto no Coliseu dos Recreios,partilhou o palcocom vários convidados de luxo, como Tito Paris, Bernardo Sassetti, Carlos do Carmo ou Tereza Salgueiro. Foi uma experiência enriquecedora?

MA - Já tinha tido o prazer de trabalhar com todos eles no passado, com excepção da Tereza Salgueiro. Todos eles tiveram uma certa influência no trabalhoq ue tenho vindo a desenvolver.

José Abreu