O CD, intitulado “Olivenza”, é composto por doze temas, maioritariamente cantados em espanhol. Há um em francês, “Toute ma vie”, e a recriação de “Canção do mar”, de Frederico de Brito e Ferrer Trindade.

“Este é um projeto folk, mas um folk alternativo”, disse à Lusa Raul Marques, que reside há dez anos em Madrid, onde conheceu Cira Fernández, com quem começou a trabalhar neste projeto há três anos.

Referindo-se à escolha de “Canção do Mar”, Raul Marques afirmou que, desde que se fixou em Madrid, começou a gostar mais de fado e este é um tributo do projeto.

“Ao vivo aproximamo-nos mais do fado, eu próprio, desde que vivo em Madrid, estou a gostar mais de fado, e a Cira, que é de Badajoz, sempre gostou do género e, além do tema de Ferrer Trindade, ao vivo, interpretamos outros fados”, disse Raul Marques.

Olivenza inicia também, na quinta-feira, em Tondela, uma digressão por Portugal, durante a qual tem agendados 12 espetáculos.

Em palco, o duo integra outros músicos, disse Raul Marques, mas, “nesta digressão, apenas [participa] o contrabaixista basco David González Cambray que também participou na gravação do CD".

Referindo-se à temática das letras, na sua maioria assinadas por Cira Fernández, o músico português reconheceu “um tom irónico e contestatário, não só a certas situações globais, como algumas de cariz mais pessoal”.

“Reykjavik”, “Mercurio”, “Antarctica” ou “Prisón de Miraflores” são algumas das canções. Referindo-se a esta última, Raul Marques disse que se inspira numa prisão com outro nome, que existe nos arredores da capital espanhola.

Um dos temas inspira-se em Sagres, no Algarve, e intitula-se “Punta de Sagres”. Um dos versos desta canção, assinada por Cira e Raul, o promontório é citado como “um lugar mágico e incomensurável”.

Além de Marques, Fernández e Cambray, o CD conta com a colaboração “de nomes importantes na cena musical espanhola”, como David “el Índio”, Miguel Ferrer e Borja Barrueta, entre outros.

Em Portugal, o projeto apresenta-se no palco do ACERT, em Tondela, na quinta-feira, e, no dia seguinte, sobe ao palco da Casa de Chá-Museu Arte Nova, em Aveiro.

No dia 12, os músicos tocam no Quatorze, em Braga, seguindo para Viseu, onde atuam, no dia 13, no auditório do Instituto Português da Juventude.

No dia 17, estão na FNAC do Chiado, em Lisboa, e, no dia seguinte, no Ondajazz, também na capital. Regressam então ao norte para atuarem, no dia 19, na Maia, na Tertúlia Castelense. No dia seguinte, tocam no Porto, em dois locais, na FNAC de Santa Catarina e no Tribeca.

No dia 21, atuam na FNAC do Norte Shopping, na Senhora da Hora, em Matosinhos. No mesmo dia, voam para o Funchal, onde têm agendados três espetáculos no Scat e na FNAC local.

O album "Olivenza" foi lançado em novembro passado, em Espanha, e recolheu críticas elogiosas, como a do jornal El Pais, que afirmou que é “uma proposta nova, muito interessante”, ou a do ABC, que escreveu: “Um som fronteiriço, que circula nas veias das suas canções sinceras, emotivas, políticas, bucólicas, pormenorizadas e com influências dos dois lados da fronteira” luso-espanhola.

@Lusa