«Battle Born» – assim baptizado devido às palavras brasonadas na bandeira do estado do Nevada e, igualmente, por partilhar o nome com o estúdio da banda – é tudo aquilo por que os fãs dos Killers têm esperado desde que, em 2010, o grupo anunciou que iria fazer uma pequena pausa. O quarteto de Las Vegas – Brandon Flowers(voz/teclados), Dave Keuning (guitarras), Mark Stoermer (baixo), e Ronnie Vannucci (bateria) – tinha acabado a digressão de promoção de «Day & Age», que se tinha estendido por mais de dezoito meses e que os tinha levado a actuar tanto em algumas das mais prestigiadas salas de espectáculos do globo – como o Royal Albert Hall, em Londres, ou o Madison Square Garden, em Nova Iorque – quanto os tinha encontrado como cabeças de cartaz em tremendos festivais em todos os cantos do planeta. Quando esta viagem terminou, os Killers tinham vendido, em todo o mundo, mais de 15 milhões de exemplares dos seus álbuns anteriores, «Hot Fuss», «Sam’s Town» e «Day & Age», e, ao longo do percurso, tinham-se tornado, também, uma das maiores bandas rock do planeta.

Veja aqui o videoclip de «Runaways»:

No entanto, os Killers viram-se numa encruzilhada: quase sete anos consecutivos de gravações, edições de álbuns e digressões tinham deixado os músicos prontos para uma paragem. No seguimento desta pausa, três dos quatro Killers editaram aclamados álbuns a solo, cada um revelando as suas próprias raízes consoante a direcção expressa musicalmente. E eis que, em 2011, a banda fez a sua primeira actuação ao vivo em mais de um ano, como cabeças de cartaz na primeira edição do festival Lollapalooza, no Chile. A magia era inegável: aquilo que os Killers fazem melhor, fazem-no juntos. Alguns dias depois, deram por si de volta ao estúdio – Battle Born –, uma vez mais.

A canções nasceram rapidamente, começando com o vibrante primeiro single, «Runaways», seguido pelo centro de gravidade emocional do disco, o soco no coração que é «Here With Me», e pelo electro-rock que vai estremecer os estádios de «Flesh & Bone». No momento em que os músicos sentiram que tinham apurado de forma satisfatória todo o corpo de canções, reuniram uma equipa de produção de sonho, optando por gravar com intervalos irregulares de forma a poderem trabalhar com o maior número possível de produtores, tentando, com cada um, novas abordagens. A lista de envolvidos neste processo é praticamente um «quem é quem» da produção mundial – com nomes como Daniel Lanois, Steve Lillywhite, Damian Taylor, Stuart Price e Brendan O’Brien.

O trabalho com alguns dos mais distintos escultores musicais do mundo provou ser uma experiência que beneficiou em muito os Killers, dando-lhes uma compreensão mais penetrante da sua própria sonoridade. O álbum que nasceu desta magnífica travessia é o melhor registo dos Killers. «Battle Born» inclui elementos de cada um dos discos anteriores – as histórias contadas ao pormenor de «Hot Fuss», o místico e saudoso rock’n’roll americano de «Sam’s Town», os refrães épicos e a pop cerebral de «Day & Age» –, ao mesmo tempo que apresenta um caminho completamente novo para a banda. É um álbum escrito com uma plateia em mente. As guitarras são mais pesadas, as baterias são mais poderosas, as vozes são mais imperiosas – ao mesmo tempo que tudo soa à verdadeira essência dos Killers. Só que ainda maior e melhor. É um álbum que, tal como o seu título e a banda que o criou, nunca descansa da sua própria força.

Ainda em 2012, os Killers preparam-se para partir em digressão para promover «Battle Born».