O concerto decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e deverá encerrar a atual digressão de Sakamoto com o trio, ao lado do contrabaixista brasileiro Jaques Morelenbaum e da violinista canadiana Judy Kang.

Ryuichi Sakamoto recuperou o formato trio que utilizou nos anos 1990 para o álbum "1996", gravado com Morelenbaum e com o violonista Everton Nelson, e que serve de base para os concertos da atual digressão.

Para o lugar de Everton Nelson, o pianista japonês e o contrabaixista brasileiro fizeram uma audição de violinistas e escolheram um novo talento, Judy Kang, que descobriram através do Youtube.

Numa entrevista recente ao jornal britânico The Telegraph, Ryuichi Sakamoto disse que nos concertos atuais iria incluir material inédito, influenciado pelo desastre nuclear de março passado em Fukushima, no Japão, que ocorreu depois de um forte sismo.

"Estes foram tempos terríveis para o Japão e durante muito tempo eu não consegui compor ou apreciar música. Aos poucos consegui regressar à música e escrever algumas peças relacionadas com a tragédia", disse o músico àquele jornal.

A digressão começou a 29 de outubro em Paris e já passou por Londres, Hamburgo, Milão ou Bruxelas. Esta semana, Sakamoto dá quatro concertos em Espanha antes da derradeira data da digressão, em Lisboa.

Prestes a completar 60 anos, Ryuichi Sakamoto é um dos mais respeitados pianistas e compositores do Japão, com um passado na música eletrónica, em particular no projeto vanguardista dos anos 1970 Yellow Magic Orchestra.

Compõe com regularidade para cinema, mas é quase sempre referido pelo sucesso da banda sonora para "Merry Christmas, Mr. Lawrence" (1983), de Nagisa Oshima, que protagonizou ao lado de David Bowie.

Entre as colaborações com outros músicos contam-se, por exemplo, com o alemão Carsten Nicolai (conhecido como Alva Noto) e os brasileiros Jaques e Paula Morelenbaum. Sakamoto já colaborou também com o português Rodrigo Leão.

@Lusa